O Carrefour Brasil enviou mais uma nota à imprensa nesta segunda-feira, 25, em que lamenta a situação de divergência entre a marca e os produtores de carne brasileiros. No texto, o braço brasileiro da marca francesa diz que estima e confia no setor agropecuário do País.
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"Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade", afirma a nota.
A assessoria do grupo, porém, ressalta que o boicote de produtores brasileiros ainda não gerou falta de carne nas lojas.
"Há 50 anos temos construído e mantido uma excelente relação com nossos parceiros e fornecedores, pautada pela confiança mútua. Por isso, estamos em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil", complementa.
O Carrefour Brasil finaliza ao dizer que está "trabalhando para resolver essa situação da melhor forma possível, sempre com o objetivo de atender com qualidade e excelência aos nossos clientes."
O conflito: Carrefour x Brasil
Produtores de carne brasileiros decidiram iniciar um boicote ao Carrefour depois de o CEO do grupo francês, Alexandre Bompard, publicar uma carta dizendo ser contrário à proposta de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Para defender os interesses dos produtores franceses, ele se comprometia a não vender carnes do bloco sul-americano nos mercados da rede na França.
Como resposta, os produtores do Brasil começaram uma movimentação de interromper a venda do produto para os mercados da rede no País.
Nesta segunda, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro comentou a carta e considerou a abertura do texto como o trecho mais problemático, quando Alexandre Bompard diz que há um "risco de a produção de carne transbordar para o mercado francês, deixando de atender às suas exigências e padrões".
Para o ministro brasileiro, o CEO estaria tecendo uma crítica "inadmissível" à qualidade sanitária das carnes produzidas no Brasil.
Em seguida, Fávaro disse estar feliz com a atitude dos fornecedores brasileiros de interromperem a venda aos mercados pertencentes à rede Carrefour no País.
"Se para o povo francês o Carrefour não serve para comprar carne brasileira, o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas gôndolas aqui no Brasil", afirmou o ministro.