Em setembro, mês da mobilidade, diversos encontros e eventos marcaram as discussões sobre aspectos e evoluções que envolvem esse universo, bem como as tendências e as inovações que se avizinham.
E uma dessas tendências mundiais e de mercado é a chamada “economia compartilhada”, que nada mais é que um sistema social e econômico que se baseia no compartilhamento de recursos.
Dentro do nosso setor, temos o carsharing, serviço em que o usuário utiliza um veículo apenas pelo tempo que precisa e depois devolve-o em uma base. Este certamente é um dos exemplos mais fortes dessa tendência.
É um modelo com alto potencial de crescimento e que pode gerar investimentos por parte de grandes players do mercado, que tem o objetivo de reduzir custos e, também, de aumentar os benefícios oferecidos para os colaboradores. No Brasil, grandes bancos, condomínios e startups já possuem frotas de veículos compartilhadas entre os colaboradores.
Frotas compartilhadas já são elétricas
Em vários setores, as frotas compartilhadas, em sua maioria, eletrificadas, já fazem parte da rotina das empresas, que identificam neste sistema, uma maneira de melhor utilizar seus veículos, diminuindo o número de carros, os custos com a locação/compra deles, e, também, o trânsito nas regiões onde estão inseridas.
A prática de compartilhamento de veículos em frotas pode tirar até 14 carros a combustão de circulação por bairro de uma grande cidade.
Nisso está um dos motivos que torna o carsharing um dos principais aliados para as que as companhias se desenvolvam sustentavelmente e impactem positivamente na mobilidade dos grandes centros, já que é ponto passível de entendimento que o trânsito das grandes cidades, somado ao aumento de carros a combustão representam um grande impacto ambiental.
Uma realidade que não pode mais ser negada
De acordo com estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) os automóveis são responsáveis por 72,6% das emissões de gases efeito estufa (GEE), vilões do aquecimento global.
Agravado pelos congestionamentos notados nas grandes cidades, como a capital paulista que geram, além de um grande estresse, problemas na saúde física e mental dos condutores.
O carsharing, além de sustentável, também tem como benefício a diminuição na frota de veículos rodando nas ruas, reduz custos com impostos para as companhias, como o IPVA, ajuda a otimizar os tempos de deslocamentos e a reduzir o fluxo de trânsito, aumentando espaço para mais ciclofaixas, por exemplo.
(*) Naomi Kerkhoff é co-fundadora da Ucorp, startup de tecnologia para mobilidade ESG. É empreendedora, mentora e consultora de prototipação para startups.