O substituto do Volkswagen Gol começa a tomar forma. A forma de um SUV. A Volkswagen não confirma que o nome Gol será mantido para seu novo carro, que será um SUV pequeno, da plataforma MQB A0. Mas o “martelo” já foi batido. Por enquanto, a Volkswagen chama o novo carro de “substituto do Gol”, para manter o segredo industrial.
O Gol como conhecemos hoje não vai mesmo continuar. Apesar de estar vendendo bem (assim como o Voyage, sua versão sedã), o Volkswagen Gol não atrai mais a classe média. O carro é vendido somente para motoristas de aplicativo, trabalhadores autônomos e empresas, que precisam disponibilizar um carro barato para os funcionários. Sua produção se tornou obsoleta. E a Volks tem ambições maiores para o novo Gol (ou substituto dele).
Cresce no mercado a convicção de que a Volkswagen decidiu transformar o Gol num pequeno SUV, menor do que o T-Cross. Isso porque o nome é muito forte, respeitado até na Alemanha (sede mundial da VW). Com as informações que conseguimos até o momento, o designer brasileiro Kleber Silva fez a primeira projeção do que seria este Gol SUV.
A dianteira usaria a mesma linguagem visual do Nivus e do Taos. Porém, como se trata de um carro de entrada, o friso que é interrompido pelo novo logotipo não seria de led, como no Taos. A ideia de um Gol com o visual da família ID (elétricos alemães) foi descartada. A parte dianteira buscaria alguma semelhança com o Gol da primeira geração (anos 80).
Na traseira, as lanternas seriam quadradas, também como referência ao design do Volkswagen Gol original. Dentro do possível, a coluna C também procuraria ter alguma semelhança com o design clássico do Gol. Por dentro, o visual será igual ao do T-Cross ou do Nivus.
A Volkswagen pretende manter o porta-malas com pelo menos 285 litros de capacidade. Há um consenso em São Bernardo do Campo (SP) de que o brasileiro médio não quer um carro sem bagageiro. Alguns detalhes próprios de SUV, como rack de teto, podem até aparecer, mas não é a prioridade. A ideia é fazer um carro pequeno, ágil e, acima de tudo, com a suspensão elevada e a posição de dirigir mais alta do que a do Gol atual.
Quanto aos motores, é possível que a Volkswagen anuncie alguma alternativa mais eficiente para os atuais motores aspirados (1.0 de 84 cv e 1.6 de 104 cv) em seu novo ciclo de investimentos. Caso contrário, eles estarão presentes no novo carro. A versão topo de linha pode utilizar o motor 1.0 TSI de 128 cavalos.
Apesar de a tendência indicada pelo mercado ser esta, alguns analistas acreditam que o Gol continuará sendo um hatch (agora na plataforma MQB A0, que é modular), menor do que o Polo. Assim, o já anunciado Polo Track não seria o carro de entrada da marca, mas sim um outro produto, totalmente desconhecido. Recentemente, numa entrevista ao Guia do Carro, o presidente da Volkswagen, Pablo Di Si, afirmou que a marca vai continuar investindo no segmento de hatches compactos.
Nesse caso, o “substituto do Gol” teria mesmo um outro nome. No início da década passada, a Volkswagen apresentou o pequeno SUV Taigun como um novo projeto. Mas o projeto não vingou, tampouco a proposta do que seria o novo Gol e acabou sendo o novo Polo. Hoje o Volkswagen Taigun nada mais é do que a versão indiana do T-Cross. O Gol atual está numa geração iniciada em 2008 (portanto, já tem 13 anos).
Mas, apesar da desconfiança de alguns analistas, é possível que o Gol seja mesmo transformado num pequeno SUV. A GM, por exemplo, está transformando a Chevrolet Montana numa picape completamente diferente. Ela deixa de competir com a Fiat Strada e a Volkswagen Saveiro e se transforma numa rival da Fiat Toro e da Renault Oroch. O mesmo pode acontecer em relação ao novo Gol.
Por outro lado, se um Gol SUV é possível, um Voyage SUV não faz o menor sentido. E a Volks não parece disposta a abandonar o mercado de sedãs compactos. O Virtus vai bem em seu segmento, mas é um automóvel caro para a classe média brasileira. Portanto, se a ideia de um sedã elevado não convence, faz mais sentido um segundo projeto para a dupla Gol/Voyage, além do anunciado “substituto do Gol”.
Por enquanto, as notícias ainda são mais especulativas do que certezas, pois a Volkswagen está cuidando muito bem de seu segredo industrial. Continuaremos atentos às novidades e também às tendências, como esta de momento, que transforma o Gol num pequeno SUV.