A CCR fez pagamentos a pelo menos 10 políticos conhecidos, informou nesta quinta-feira o Ministério Público de São Paulo, sobre o acordo firmado com a empresa de concessão de infraestrutura envolvendo inquérito que apura caixa 2.
Sem mencionar nomes, o promotor José Carlos Blat afirmou a jornalistas que o caso é "o começo de uma grande investigação contra agentes públicos" e que o MP/SP deve propor uma ação a respeito até março de 2019.
"Eles (CCR) não deram dinheiro para alguém que estava se candidatando a vereador numa cidadezinha pequena sem a menor representatividade. Estamos falando de campanhas eleitorais importantes", disse Blat a jornalistas.
Segundo o promotor, como alguns dos políticos citados pela CCR são de nível federal, estes casos devem ser transferidos para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A CCR anunciou mais cedo que pagará 81,5 milhões de reais para encerrar inquérito envolvendo caixa 2.
O acordo foi o desfecho de um contato feito em julho, quando a própria CCR procurou o MP/SP, após Adir Assad, delator na operação Lava Jato, ter dito que repassou recursos a Paulo Vieira de Souza, diretor da Dersa, empresa controlada pelo governo do Estado de São Paulo.
Segundo os promotores do MP/SP, o acordo nos moldes anunciados levou em conta o fato de a iniciativa ter partido da própria CCR e os indícios de que a companhia não teve contrapartidas com as doações, o que configuraria corrupção.
"O motivo (do pagamento) é a regra do jogo, pessoas que detinham determinado prestígio junto ao poder público, aquela situação para alguns até constrangedora de não dar para determinados políticos em determinadas esferas diante da figura e dos status que detinham", disse Blat.