96% da população carcerária no Brasil é composta por homens, sendo a maioria jovem. As regiões Sul e Sudeste concentram a maioria dos moradores de asilos.
Homens representam a grande maioria dos detentos no Brasil, sendo 96% da população carcerária, segundo a divulgação sobre a natureza dos domicílios coletivos brasileiros de acordo com o Censo 2022, pelo IBGE, feita nesta sexta-feira, 6. Ao todo, 479 mil pessoas residem em presídios no País, o equivalente a 0,2% da população.
O perfil dos detentos também é jovem: 3 a cada 4 tinham de 20 a 39 anos, quando a pesquisa foi realizada. Os presídios abrigam 57,2% das pessoas que moram em domicílios coletivos no Brasil.
O segundo tipo com maior número de moradores foi “Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos”, com 161 mil pessoas. O número representa 19,2% do total de moradores de domicílios coletivos e 0,1% da população brasileira.
Nessa modalidade de domicílio, as mulheres são maioria, 59,8%. Por causa da idade dos moradores, a taxa de analfabetismo em Asilos foi muito maior do que a média nacional: 31% frente a 7%.
Por outro lado, o IBGE explica que pelo caráter jovem da população nas penitenciárias, a taxa de analfabetismo entre presos é menor do que a média brasileira, sendo de 6,6%.
"É preciso considerar que os domicílios desse tipo têm uma concentração de moradores de grupos etários mais jovens, nos quais as taxas de analfabetismo, na população em geral, já são bastante reduzidas”, explica o analista Bruno Perez, do IBGE.
Ou seja, segundo o instituto, quando se desagrega a taxa de analfabetismo por grupos de idade, os moradores das penitenciárias tinham uma taxa de analfabetismo mais elevada que o total da população em todos os grupos etários.
Essa foi a primeira vez que o Censo divulgou um recorte voltado para moradores de domicílios coletivos, com recorte de sexo, idade e alfabetização. “Para o Censo 2022, domicílios coletivos foram definidos como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de referência, era regida por normas de subordinação administrativa”, diz Perez.
Maioria dos idosos em asilos estão no Sul e Sudeste
As regiões Sul e Sudeste concentravam 82,3% dos moradores dos domicílios do tipo “Asilo”. “Esse percentual pode ser explicado pelo fato de serem as duas regiões com as estruturas etárias mais envelhecidas do País”, considera o pesquisador.
Para o tipo de domicílio “Abrigo, albergue ou casa de passagem para população em situação de rua”, mais da metade (50,6%) da população encontrava-se em São Paulo.
Já os moradores dos domicílios do tipo “Abrigo, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis” apresentaram uma distribuição geográfica peculiar, com Roraima reunindo 30,4%. “Uma situação que certamente deriva da existência, nesse estado, de grandes instalações provendo abrigamento provisório para o fluxo migratório oriundo da Venezuela”, explica o analista.