O governo está fazendo um monitoramento dos peritos médicos que não querem voltar ao trabalho presencial nas agências do o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas continuam atendendo em consultórios particulares, hospitais e outros estabelecimentos de saúde.
As denúncias de falhas serão investigadas pela Controladoria Geral da União (CGU), segundo apurou o Estadão. O governo tem a lista dos peritos com outros serviços na iniciativa privada - a quase totalidade da categoria - e agora quer saber, se aqueles fora do grupo de risco e que se recusam a fazer o atendimento nas agências abertas do INSS alegando falta de segurança sanitária, estão trabalhando em outros locais de saúde.
Essa prática pode ser considerada uma falha disciplinar e não está descartado o risco de abertura de um PAD, como são chamados os processos administrativos contra servidores.
Como mostrou reportagem do Estadão, na semana passada, o impasse entre peritos e governo deixa mais de um milhão de brasileiros sem atendimento.
Depois de ameaça do secretário especial de Previdência, Bruno Bianco, de cortar o ponto dos peritos que não são do grupo de risco, começaram a voltar ao trabalho, mas os números mostram que a resistência ainda é alta.
Balanço da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho e o Instituto Nacional do Seguro Social informou que nesta terça-feira, 22, 202 peritos médicos federais compareceram aos seus postos de trabalho nas agências da Previdência e realizaram, até as 9h45 da manhã, 1.071 perícias presenciais. Esses atendimentos ocorreram em 86 agências com Perícia Médica, das 148 que já estavam com a agenda para o dia.
Segundo o órgão, a partir de amanhã, 23, 201 agências terão perícias agendadas. O total, portanto, de agências aptas é 201. Há 486 peritos que deveriam ter retornado ao trabalho nesta terça-feira.
O INSS começou a divulgar vídeos na internet das inspeções feitas nas agências do órgão que forem liberadas para o retorno do atendimento presencial da população.