Pagar as dívidas ou fazer uma reserva financeira?

Entenda o que você deve fazer primeiro

2 mai 2023 - 06h00
(atualizado em 4/5/2023 às 08h35)
Pagar as dívidas ou fazer uma reserva? O que priorizar?
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Uma dúvida recorrente que recebo é: “Não sei se pago minhas dívidas ou começo a investir na reserva de emergência”.

Essa é uma pergunta que a resposta ideal seria: “Faça os dois ao mesmo tempo”. Mesmo que você negocie suas dívidas com uma parcela mensal muito pequena e isso te dê a impressão de que você vai passar a vida toda pagando, o ideal é fazer tudo junto e misturado. Sabe por quê?

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Começar fazendo a reserva de emergência é essencial, inclusive para não criar novas dívidas. Para começo de conversa, as dívidas foram geradas justamente devido aos gastos inesperados que surgiram e que você, que vive apertado, não tinha de onde tirar o dinheiro para pagar.

Na prática, os gastos inesperados sempre aparecem. Você adoece, o celular é roubado, o tênis do seu filho rasga, o cano estoura. E se você tiver comprometido toda sobrinha do seu dinheiro só para pagar as dívidas, vai ficar com dor de cabeça.

A indicação é fazermos uma reserva de emergência que cubra pelo menos 6 meses dos seus gastos essenciais de forma que você consiga se manter mesmo se não entrar dinheiro nenhum. Mas essa não é uma realidade de todos. É melhor ter R$ 100 ou R$ 200 guardados do que não ter nada. É melhor demorar 5 anos para montar sua reserva aos pouquinhos do que não ter nenhuma. Lembre-se que foi a falta de reserva que te colocou em situação de endividamento.

Pagar as dívidas ou fazer uma reserva financeira
Pagar as dívidas ou fazer uma reserva financeira
Foto: iStock

A importância da reserva de emergência

Por quanto tempo você sobreviveria se a partir de agora você perdesse todas as suas fontes de renda? Se não fosse mais entrar dinheiro nenhum na sua conta hoje. Por quanto tempo você e sua família sobreviveriam?

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Pensou? Se você é do tipo que não conseguiria passar nem um mês sem trabalhar ou se você não faz ideia de quanto dinheiro precisa para sobreviver, é sinal de que você depende 100% da fonte de renda atual e isso é muito perigoso.

A reserva de emergência é um item essencial para nossa saúde mental, porque a partir do momento que você tem uma reserva, você garante que vai conseguir se manter mesmo que você fique sem renda.

Como calcular a reserva ideal para qualquer emergência

A reserva de emergência deve te manter por no mínimo 6 meses sem precisar trabalhar.

Por isso, para calcular você vai pegar o preço do seu sustento mensal. Por exemplo: se seus custos essenciais forem R$ 2.000,00 (dois mil reais) você precisa ter uma reserva de no mínimo R$ 12.000,00 (doze mil reais). E você não precisa ter essa grana toda na mão agora.

Mas se você separar pelo menos R$ 200,00 por mês e investir em qualquer conta digital ou título de renda fixa que renda 100% do CDI, em 4 anos você já terá o suficiente para a reserva de segurança.

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É importante manter essa grana em um investimento de alta liquidez para você conseguir sacar assim que surgir uma emergência, por isso opte pelo Tesouro Selic, um CDB de banco ou deixar a grana numa conta remunerada.

Mas faço uma ressalva: as dívidas urgentes, ligadas a demandas básicas precisam ser priorizadas. Se você está devendo o aluguel a ponto de ser despejado, precisa negociar, e talvez até rever o lugar onde mora. Se você está perto de ter a água ou a energia elétrica cortadas, tem que pagar pelo menos uma parte dessas dívidas, e ver se dá para reduzir. Nesses casos, a dívida vem primeiro porque anda com a mínima dignidade de vida.

Resumindo, a fórmula é:

  • 1º Pagamentos essenciais à dignidade
  • 2º Reserva de Emergência
  • 3º Pagamento de Dívidas
Fonte: Amanda Dias
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