Nos últimos anos, vimos um aumento no número de brasileiros que trabalham de maneira autônoma. De acordo com a última Pesquisa Nacional por amostra de domicílios (PNAD/IBGE), 26,5% da população ocupada no país é composta por profissionais que atuam por conta própria. Seja por necessidade ou por vontade, esta modalidade exige uma atenção redobrada quando se trata de segurança financeira.
Isso porque você se torna o único responsável pela organização de suas finanças pessoais e profissionais, ou seja, tudo que diz respeito a impostos, reserva financeira, plano de aposentadoria e outras despesas, fica sob os seus cuidados.
Além disso, ao invés de receber um salário fixo, sua renda passa a ser variável e picotada; vem de fontes diferentes e tem meses que você ganha mais, em outros menos. Mas calma, que resolver isso não é um bicho de sete cabeças e eu trouxe dicas para te ajudar nesta missão:
1. Formalize o seu negócio
Sim, agora você tem um negócio e ele precisa se tornar uma pessoa jurídica. A melhor opção de formalização para quem é autônomo e atua de maneira individual é a categoria de Microempreendedor Individual (MEI), pois, tem um regime de tributação mais simples, além de poder acessar benefícios previdenciários.
2. Separe as finanças pessoais e profissionais
Depois de formalizar, você terá um número de CNPJ e pode facilmente abrir uma conta bancária PJ para recebimentos e pagamentos. Dessa forma, você separa o dinheiro do negócio do seu dinheiro. O seu faturamento deve cobrir os seus custos, como uma espécie de salário, mas não só isso; precisa pagar os impostos, os insumos da sua atividade empreendedora e ainda separar uma parte para reserva, caso seu equipamento quebre e precise ser trocado, por exemplo.
3. Crie uma reserva de emergência
O ideal é que a sua reserva tenha três vezes o valor do seu custo fixo mensal. Mas não espere o cenário ideal para começar, antes de pagar as contas separe pelo menos 10% para investir e se preparar para emergências.
4. Não trabalhe sem contrato
Tenha um papel assinado por você e pelo cliente com todo o escopo do trabalho e o alinhamento de expectativas para o resultado, assim como datas e prazos de entrega, refação, reajustes e pagamento. Se der certo, ótimo, mas se der errado será mais fácil assegurar os seus direitos.
5. Tenha um plano de aposentadoria
Pagando o seu DAS-MEI por pelo menos 12 meses você já acessa a Previdência Social que te dá direito à aposentadoria (por invalidez, idade ou tempo de contribuição), auxílio doença, salário família, salário maternidade, salário acidente, auxílio maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão.
6. Invista na sua saúde
Na vida do autônomo você é o maior ativo da sua empresa. Quando você adoece e não consegue trabalhar, o dinheiro não entra. Então, coloque sua saúde como prioridade de forma preventiva: alimente-se de forma equilibrada, faça atividades físicas, mantenha os exames em dia, faça terapia e use EPIs se for o caso.
7. Contrate um seguro de acidentes pessoais
Esse é um recurso para momentos difíceis, mas se puder investir um pouco mais, contrate um seguro de vida para pequenos empreendedores, a cobertura é mais ampla e atende a demandas específicas de quem empreende.
Quem trabalha por conta própria assume ainda mais responsabilidades na hora de construir o próprio futuro. Ultimamente, estou apegada nos provérbios africanos, e tem um que diz: “o futuro pertence àqueles que estão se organizando hoje”. Acho que veio daí o “camarão que dorme, a onda leva”.
Quem não quer tomar caldo precisa construir um mecanismo de flutuação para a onda que vem lá na frente. Enquanto autônomo, ninguém virá nos salvar, então a gente precisa escolher: ou ficar sentado reclamando ou levantar para cuidar de si mesmo e ser parte da solução.