O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, acima de R$ 3, pressionado pela renovada alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos e por expectativas de que o Banco Central brasileiro irá aproveitar o alívio recente no câmbio para reduzir sua intervenção no mercado.
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Investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, na quarta-feira, e o anúncio dos cortes no orçamento do Brasil, uma das principais medidas do governo para reequilibrar as contas públicas e retomar a confiança do investidor.
A moeda norte-americana subiu 0,68%, a R$ 3,0184 na venda, após fechar abaixo de R$ 3 nas duas sessões anteriores. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 917 milhões.
No exterior, o dólar também se fortalecia contra as principais moedas. O euro amargava a maior queda diária ante o dólar em dois meses.
"O grande evento da semana para os emergentes ficará por conta da ata do Fomc", escreveram analistas da Lerosa Investimentos em nota a clientes, lembrando que os últimos indicadores apontam que a economia norte-americana enfrentou dificuldades para ganhar ímpeto no início do segundo trimestre.
Os números poderiam levar o Fomc a postergar o aumento de juros nos Estados Unidos, embora essa perspectiva esteja longe de ser certa. "Volatilidade cambial deve continuar elevada na medida em que a indefinição persiste", acrescentaram os analistas da Lerosa Investimentos.
A alta dos rendimentos dos Treasuries também corroborou para a valorização do dólar, uma vez que atraía para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em outros países. "Apesar dos últimos dias de tranquilidade, (os títulos dos EUA) continuam muito voláteis. Isso gera cautela", disse o operador de um banco internacional.
No Brasil, o foco seguiu voltado para o noticiário fiscal, após a presidente Dilma Rousseff se reunir com sua equipe econômica no domingo para discutir os termos do contingenciamento do Orçamento da União. O corte de gastos deve ser divulgado na quinta-feira, afirmou o líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel.
Além disso, a queda recente do dólar tem levado alguns investidores a especularem que o BC brasileiro poderia aproveitar a oportunidade para reduzir sua posição em swaps cambiais, possivelmente limitando uma queda adicional da divisa norte-americana.
"O mercado está olhando de perto o nível de R$ 3. Vai ser difícil furar", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a US$ 4,331 bilhões, ou cerca de 45% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.