O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, em dia de baixo volume e cautela de investidores antes da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve e sob a constante intervenção do Banco Central brasileiro.
A moeda americana subiu 0,38%, a R$ 2,2240 na venda, após fechar a sessão anterior com alta de 0,18%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em apenas US$ 973 milhões, contra a média diária de US$ 1,3 bilhão do mês passado.
"Foi um dia de volume bem baixo, sem 'driver' e sem movimentos significativos. Não dá para esperar que o dólar se mexa muito nesse ambiente sem notícias e com o Banco Central sempre de olho", afirmou o gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
A divisa dos Estados Unidos tem basicamente oscilado entre R$ 2,20 e R$ 2,25 desde o início de abril. Boa parte do mercado acredita que esses patamares agradariam o BC, pois não são inflacionários e não prejudicam as exportações.
Quando o dólar testou níveis além desse intervalo, o BC deu sinais de que poderia mudar sua atuação para trazê-lo de volta à banda informal. Uma das suas armas principais, acreditam especialistas, é dosar as rolagens de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.
"Mesmo quando temos algumas notícias mais expressivas, o mercado se antecipa a alguma ação do BC e volta a pregar o dólar nesses níveis", afirmou o economista da corretora H. Commcor Waldir Kiel. No fim da manhã, o BC vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 11% do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.
Mais cedo, a autoridade monetária também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps nas atuações diárias. Todos os novos swaps vendidos vencem em 2 de fevereiro de 2015, com volume equivalente a US$ 199 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de junho do ano que vem, mas nenhum foi vendido.
Na terça-feira, o mercado cambial à vista fechará antecipadamente, às 13h, em função do jogo do Brasil contra a Alemanha pelas semifinais da Copa do Mundo, informou a assessoria de imprensa do BC. Investidores também aguardavam a divulgação, na quarta-feira, da ata da última reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, em busca de novas pistas sobre o futuro da política monetária do país, apesar de não apostarem em grandes mudanças no curto prazo.
A expectativa principal é quando os juros na maior economia do mundo poderiam voltar a subir, o que tem potencial para atrair investidores que hoje aplicam em outros mercados, como o brasileiro. No exterior, o dólar também subia em relação a algumas moedas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.