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Combustível mais caro, dólar elevado e mais: os prejuízos para a economia brasileira com o conflito entre Irã e Israel

Aumento da tensão no Oriente Médio deve provocar o aumento do preço internacional do barril de petróleo

16 abr 2024 - 15h32
Conflito no Oriente Médio ameaça elevar os preços dos combustíveis
Conflito no Oriente Médio ameaça elevar os preços dos combustíveis
Foto: Freepik

O ataque do Irã a Israel no último sábado, 13, pode trazer prejuízos para a economia brasileira. De acordo com especialistas ouvidos pelo Terra, se o conflito se alastrar pelo Oriente Médio, há um risco de pressionar o preço do barril de petróleo no mercado internacional e impactar os valores dos combustíveis no Brasil.

“O primeiro ponto de impacto é no preço do petróleo, pois essa é uma região importantíssima do preço do recurso. O estreito de Ormuz ainda não foi afetado, mas há o risco de ser impactado. Ele é considerado a jugular do mundo, do ponto de vista logístico de distribuição de petróleo”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

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André Senna Duarte, professor de economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), diz que o pior cenário para o Brasil e para o mundo em termos de impacto econômico seria o alastramento da guerra de forma que o suprimento de petróleo seja comprometido. 

“No estreito de Ormuz passa cerca de 15% da produção de petróleo do mundo. A produção iraniana de petróleo é de cerca de 4% da produção global. Caso o conflito atinja esta oferta poderemos ter preço de energia mais cara e menos espaço para estimular a economia via afrouxamento monetário”.

O Irã é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com mais de 4,3 milhões de barris de óleo extraídos por dia. Para Matheus Spiess, o acirramento da tensão torna o cenário do barril a US$ 100 mais próximo. “Podemos ter uma escalada muito grande dos preços da commodity”. 

Para além da escalada do preço do petróleo, o analista aponta que podemos ver também fuga de capital e  um fortalecimento relativo do dólar. Com a alta da moeda americana, a tendência é que a queda nos juros no país demore ainda mais, e o espaço para redução da Selic (a taxa básica de juros) no Brasil fique menor.

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“Devemos ter uma fuga de capital que pode se aprofundar nos próximos dias e um fortalecimento do dólar. Olhando para frente, o petróleo deve se manter em um patamar elevado. Isso tem desdobramentos sobre a inflação, pois dificulta o ciclo de queda de juros aqui e nos Estados Unidos”.

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Ofensiva do Irã

O Irã lançou centenas de drones e mísseis contra o território israelense na noite deste sábado. Ao todo, 99% dos cerca de 300 projéteis disparados pelo Irã contra Israel foram interceptados pelas defesas aéreas do país.

A ofensiva é considerada uma retaliação depois de um bombardeio contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, no dia 1º de abril, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto.

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Irã envia drones para atacar Israel
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Fonte: Redação Terra
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