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Comissão Europeia consegue apoio para impor tarifas contra veículos elétricos chineses

4 out 2024 - 09h25

A Comissão Europeia anunciou nesta sexta-feira que recebeu apoio suficiente dos membros da União Europeia para impor tarifas de até 45% sobre importações de veículos elétricos chineses, mas que continuará a negociar com Pequim.

A Comissão, que supervisiona a política comercial do bloco, propôs tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China nos próximos cinco anos para combater o que considera subsídios injustos do rival asiático, após realizar uma análise que durou um ano.

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Em votação nesta sexta-feira, 10 membros da UE apoiaram as tarifas e cinco votaram contra, com 12 abstenções, disseram fontes da UE.

Teria sido necessária a oposição de uma maioria qualificada de 15 membros da UE, representando 65% da população do bloco, para bloquear a proposta. A Reuters informou na quarta-feira que a medida provavelmente seria aprovada, com a França, a Itália e a Polônia planejando votar a favor.

O executivo da UE disse ter obtido "o apoio necessário" para adotar as tarifas, embora continue as negociações com Pequim para encontrar uma solução alternativa.

A Alemanha, maior economia da região e maior fabricante de automóveis, votou contra a proposta, disseram fontes.

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O presidente-executivo da BMW, Oliver Zipse, descreveu a votação como "um sinal fatal para a indústria automotiva europeia". O executivo disse que é necessário um acordo rápido entre Bruxelas e Pequim para evitar um conflito comercial. A Volkswagen disse que as tarifas são "abordagem errada"

A China pediu à União Europeia que adie a implementação de tarifas de importação sobre veículos elétricos fabricados na China e evite a escalada de atritos comerciais, informou a mídia estatal chinesa.

A Câmara de Comércio da China para a UE expressou em uma declaração forte insatisfação com o bloco europeu por promover medidas de "protecionismo comercial".

A Stellantis disse que apoia a concorrência livre e justa e que o setor está sob pressão dos ambiciosos planos de redução de emissões de carbono e da "ofensiva comercial global chinesa".

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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse na sexta-feira que a UE está caminhando para uma "guerra fria econômica" com a China.

A posição da UE em relação a Pequim se tornou mais rígida nos últimos cinco anos. O bloco de países europeus vê a China como um parceiro em potencial em algumas questões, mas também como um concorrente e um rival sistêmico.

Em medidas vistas como retaliação, Pequim lançou este ano suas próprias investigações sobre as importações de conhaque, laticínios e produtos suínos da UE.

A Comissão afirma que a capacidade de produção sobressalente da China de três milhões de veículos elétricos por ano, que precisam ser exportados, é o dobro do tamanho do mercado da UE. Considerando as tarifas de 100% nos Estados Unidos e no Canadá, a saída mais óbvia para esses veículos elétricos é a Europa e a América do Sul.

O executivo da UE afirmou que está disposto a continuar negociando uma alternativa às tarifas com a China e que poderá reexaminar um compromisso de preço - envolvendo um preço mínimo de importação e, normalmente, um limite de volume - depois de ter rejeitado anteriormente os compromissos oferecidos pelas montadoras chinesas.

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As tarifas variam de 7,8% para a Tesla a 35,3% para a SAIC e outras montadoras consideradas como não tendo cooperado com a investigação da UE. Essas tarifas se somam aos 10% de imposto de importação padrão da UE para automóveis.

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