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Como a regulamentação do Open vai mudar de vez o mercado

Pix internacional, combate à lavagem de dinheiro e fim da inadimplência: como o movimento Open está mudando o jogo

7 out 2023 - 06h10
Foto: Adobe Stock

Os negócios abertos, ou Open Business, chegaram para trazer mais flexibilidade e transparência às empresas e aos consumidores, e são uma tendência não só no Brasil como em todo o mundo. E uma parte importante no funcionamento deste cenário são as APIs e como são utilizadas pelo mercado. 

“As APIs atuam ao definir os protocolos de aplicações de software, permitindo uma conexão eficiente entre as soluções e os serviços do Open Business” explica Alexandre Gomes, diretor executivo da Sensedia

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Popularizado rapidamente no Brasil, um dos mercados-chave de Open Finance no mundo, esse ecossistema está em ascensão não somente em território brasileiro. De acordo com o Open Finance Index, o país atingiu 5 milhões de contas conectadas menos de um ano após a primeira implantação. O Reino Unido, por exemplo, levou cinco anos para chegar neste número. 

Já nos Estados Unidos, há 42 milhões de contas conectadas, e isso porque a região foi pioneira no uso de APIs, tendo a indústria local migrado para as APIs antes ainda da existência de regulações. Mas na América Latina, o México está se destacando ao construir seu mercado com a lei de fintechs, enquanto Colômbia, Chile e Argentina ainda estão no início da jornada.

Explicando a interoperabilidade

Ainda há muito a ser explorado neste ecossistema: um desses desdobramentos é a chamada interoperabilidade, que é a capacidade de diferentes sistemas e organizações compartilharem informações de maneira eficiente, mas sempre com o consentimento do usuário/consumidor. “Uma abordagem baseada em APIs é a chave para facilitar a comunicação entre diversos sistemas. O Brasil está no nível 1.0 de interoperabilidade, enquanto outras regiões ainda estão pavimentando a estrada de troca de dados”, explica Gomes. 

Esclarecendo os termos

• Interoperabilidade 1.0

As empresas de um mesmo setor podem compartilhar dados entre si, mas é necessária uma regulação própria. Um dos exemplos é o Open Banking no Brasil, que conta com regras criadas pelo Banco Central e padrões de integração baseados em APIs. 

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• Interoperabilidade 2.0

Nessa fase há o compartilhamento de dados, e outros tipos de informações de um consumidor, entre empresas de setores diferentes. Por exemplo, informações sobre hábitos de pagamento de telefonia são suficientes para o banco calcular a capacidade de crédito do consumidor, permitindo cálculos de risco e compartilhando este perfil com empresas de outros setores. 

• Interoperabilidade 3.0

Essa fase acontecerá quando companhias de um mesmo setor, mas de países diferentes, compartilharem dados sobre um mesmo indivíduo. Isso facilitará o acesso dos consumidores às linhas de crédito e serviços, garantindo uma jornada de compra segmentada e mais assertiva fora de seu país de origem. Além disso, as empresas poderão expandir seus negócios para outros mercados com elevados níveis de segurança, em relação a fatores como inadimplência, por exemplo. 

Mas como isso funciona?

Para alcançar este patamar, é necessário criar um ecossistema novo e uma regulação entre dois ou mais setores. Do ponto de vista tecnológico, já há avanços com as APIs atuando no compartilhamento dessas informações. Porém, é necessário que todos os setores envolvidos estejam em uma fase madura de interoperabilidade 1.0 para garantir um intercâmbio de dados seguro e regulamentado.

Além disso, para tirar essas ideias do papel, acordos entre dois ou mais países devem acontecer. Para que a interoperabilidade 3.0 (transações entre países) ou um Pix internacional seja possível, conforme o BC afirma que acontecerá em breve, é essencial ter um contexto maduro de interoperabilidade 1.0 em cada um dos lados da transação. 

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Isso possibilitaria muito mais do que transações instantâneas como um Pix entre pessoas de países diferentes, permitindo também que alguém se mudando para o exterior possa levar seu histórico reconhecido e oficial de bom pagador para começar a vida nova por lá.

Atualmente, já existe uma troca inicial de informações entre bancos de países diferentes, mas ela se resume a ações sobre envio e retirada de dinheiro. No entanto, a interoperabilidade 3.0 é uma tendência e será muito mais segura, evitando lavagem de dinheiro, além de possibilitar vantagens de proteção contra inadimplência e escalabilidade das operações. 

“O modo de fazer negócios entre companhias vai extrapolar as barreiras de países, mantendo a economia girando em diversas frentes e fortalecendo a oferta de soluções e produtos. O trunfo vai ser oferecer uma jornada personalizada e segura para os consumidores, independente de sua localização”, conclui o executivo da Sensedia. 

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão. 

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