Com a taxa Selic em 11,25% ao ano, os investimentos em renda fixa estão mais atrativos. O CDI, que fechou o mês em 0,88%, está rendendo 11,15% ao ano, no acumulado dos 12 meses. Neste cenário, é possível investir em ativos de renda fixa e obter retornos maiores do que o CDI.
Os especialistas consultados pelo Suno Notícias deram destaque aos ativos de crédito privado, principalmente os isentos de imposto de renda, como as debêntures incentivadas. A vantagem para o investidor é adquirir esses ativos por meio de fundos de investimentos.
Neste caso, o investidor deve buscar produtos que ofereçam prêmios adicionais de risco ou características diferenciadas, afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. Isso inclui os produtos corporativos, como LCI, LCA e debêntures incentivadas. Todos esses são isentos de imposto de renda para pessoa física.
Sendo ainda mais específico,Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, acredita que os ativos indexados ao CDI, com spread mínimo de 2 pontos percentuais (CDI+2%), de debêntures de boas empresas são opções viáveis para o investidor.
Por outro lado, há quem prefira a renda fixa listada em bolsa, por meio dos ETFs. Ao invés de selecionar um conjunto de títulos para investir, esses fundos possibilitam o investimento em uma cesta de diferentes ativos por meio da aquisição de uma única cota.
Em meio ao contexto atual, com perspectivas para a taxa Selic em 11,25% no final de 2025,os títulos de renda fixa podem proporcionar rentabilidades atrativas. "Com as taxas em patamares historicamente altos, o investidor pode capturar esses rendimentos elevados", explica Raquel Zucchi Silveira, head de research da Investo.
Geralmente, quem paga mais? Os títulos de crédito privado, claro…
Os especialistas destacam que os ativos de crédito privado são muito interessantes, principalmente em contextos de juros elevados. "Esses ativos oferecem prêmios adicionais pelo risco de crédito, permitindo retornos superiores ao CDI", ressalta Lima.
Belitardo mostra lista as principais características dos títulos privados para compor um portfólio de renda fixa para bater o CDI: "volatilidade anual inferior à 2%, exposição a setores resilientes e não cíclicos, carteira de títulos pulverizados, e cujos emissores possuem baixo risco de crédito e com nota de rating entre A e AAA".
Neste caso, é necessário analisar mais do que o rendimento dos títulos, mas também a qualidade do emissor e a estrutura dos ativos. Quando o assunto é crédito, é preciso equilibrar o risco com o retorno, uma vez que existe o risco de perda total do dinheiro investido.
Além dos CRIs e CRAs, uma alternativa complementar a essa abordagem são os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que podem oferecer rendimentos atrativos ao investir em recebíveis empresariais.
De olho no prazo dos títulos de renda fixa, caso contrário…
Os títulos de renda fixa possuem vencimento. Para de fato ter uma rentabilidade acima do CDI, o investidor precisa levar o título até o prazo final do resgate.
Ou seja, é preciso ter o cuidado no prazo de permanência do título, dado que se resgatar em um prazo curto, poderá arcar com custos de IOF e taxa de imposto de renda alto, comenta Belitardo.
Outra questão é a marcação a mercado dos títulos. Como os títulos têm preços marcados a mercado antes da data do seu vencimento, fazer o resgate antecipado pode reduzir a rentabilidade geral do portfólio. "Caso precise resgatar o título, poderá arcar com prejuízos, dado que a curva de juros está volátil, e o CDI está em um novo ciclo de alta", lembra o especialista.
Além disso, os CDBs, títulos públicos, debêntures e outros, possuem incidência de imposto de renda sobre os rendimentos. A menor alíquota de imposto, de 15%, é para prazo superior a dois anos. "Essa característica é essencial para quem busca maximizar o retorno líquido", comenta Sidney Lima.
Os ETFs de renda fixa: facilidade e rentabilidade na mesma "cesta"
Para os investidores que querem retornos acima do CDI sem abrir mão da facilidade de investir, os ETFs de renda fixa também entram no páreo de "melhores ativos".
"Alguns desses fundos reúnem títulos do Tesouro Nacional, de baixo risco e atraentes para investidores que também estão em busca de segurança", explica Raquel. Contudo, a escolha do ETF ideal depende dos objetivos do investidor e dos títulos desejados.
Os ETFs podem incluir títulos prefixados, pós-fixados ou atrelados ao IPCA, que reflete a inflação no Brasil. Para proteção contra a alta dos preços, Raquel recomenda ETFs com títulos IPCA+, que oferecem rentabilidade real acima da inflação.
Um ponto importante é a duration dos títulos, ou seja, o prazo médio dos papéis no fundo. "Quanto maior a duration, maior a volatilidade do ETF. Investidores que desejam minimizar riscos podem optar por ETFs de curta duration, como o NTNS11, que apresenta volatilidade controlada e rendimento atrativo", destaca Raquel.
O NTNS11 teve uma volatilidade de 1,74% nos últimos 12 meses e um yield de IPCA+6,52%, tornando-se uma boa opção para equilibrar rentabilidade e risco.
Além disso, o LFTB11, o novo lançamento da gestora, combina Tesouro Selic e Tesouro IPCA+, oferecendo proteção contra a inflação para alocações de curto e médio prazo. A gestora acredita que o LFTB11 é ideal para quem busca rentabilidade superior ao CDI com proteção adicional contra variações da inflação.