Ter uma renda mensal que independe do trabalho, uma renda passiva, é o sonho de muitos brasileiros. E os ativos escolhidos pelo investidor podem fazer uma grande diferença para chegar lá: para ter uma renda de R$ 5 mil, hoje, o investidor precisaria ter aproximadamente R$ 300 mil a mais na poupança do que em outro ativo de renda fixa, no caso de uma LCI.
Por isso é essencial escolher bem onde investir para chegar mais rápido no resultado desejado. Veja na simulação abaixo, feita pelo especialista em investimentos da Eu Me Banco Educação, Diego Santos, alguns exemplos de quanto se precisa ter investido hoje para obter uma renda passiva de R$ 5 mil.
Foram considerados quatro ativos de renda fixa: poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI. Em renda variável foi feito o cálculo de rendimento com Fundos Imobiliários.
Quanto preciso para ter uma renda mensal de R$ 5 mil
• Poupança: R$ 807 mil
A poupança é o produto financeiro mais conhecido entre os brasileiros, mas nem de longe podemos dizer que está entre os mais rentáveis, afirma Santos: "A regra atual da poupança é feita para este produto render menos que outras opções de renda fixa".
No cenário atual, mesmo considerando a isenção de IR, sua taxa de retorno não é atrativa (0,5% a.m. + TR), o que fica aproximadamente em 6,45% ao ano.
Com isso, para se ter uma renda de R$ 5 mil por mês na poupança, o investidor precisará acumular R$ 807.754,44.
• Tesouro Selic: R$ 545 mil
O Tesouro Selic é um título de renda fixa emitido pelo Governo, e é um dos títulos mais seguros no mercado. Sua rentabilidade está atrelada à taxa básica de juros da economia (Selic). Para o cálculo, foi considerando a Selic atual, de 13,75%.
Santos explica que a taxa equivalente ao mês fica em 1,07939%. Já quando descontada a alíquota mínima de 15% de imposto de renda (levando em consideração a tabela regressiva de juros), a rentabilidade é de 0,9174% ao mês.
Com isso, para alcançar os R$ 5 mil de rendimento por mês investindo em Tesouro Selic, seria necessário acumular um valor de R$ 545.018,53.
• CDB: R$ 548 mil
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título emitido pelas instituições financeiras com o objetivo de captar recursos. Para a simulação foi considerado um CDB com rendimento de 100% do CDI (13,65%). Isso resultaria em uma taxa mensal de 1,071%, e, ao deduzir 15% de IR, uma taxa mensal de 0,9111%.
Diante desse cenário, para conseguir uma renda de R$ 5 mil por mês com um investimento em um CDB com rendimento de 100% do CDI, o investidor precisaria acumular R$ 548.787,18.
• LCI: 485 mil
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) é um investimento de renda fixa lastreado ao financiamento do mercado imobiliário. Uma das suas principais características é a isenção de imposto de renda, o que impacta no resultado do investimento.
Em média, as LCIs estão sendo negociadas com uma rentabilidade de 96% do CDI, afirma Santos. Com isso, o rendimento anual fica em 13,10% ao ano e 1,031% ao mês.
Então, para se ter uma renda de R $ 5 mil por mês investindo em LCI o investidor precisaria acumular R$ 484.966,05.
• Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs): R$ 455 mil
São fundos de investimentos destinados à aplicação no setor imobiliário. Entre as simulações, esse é o único produto da categoria renda variável: “Como o próprio nome já diz, ativos de renda variável são voláteis, ou seja, são mais arriscados e muitas vezes possibilitam retornos maiores”, afirma Diego Santos.
Mas não são todos os FIIs que têm rendimento acima da Selic: “Ao analisarmos o IFIX, (índice de Fundos de Investimentos Imobiliários), dos 108 fundos que compõem o índice, em torno de 24 apresentam um dividend yeld (medida de rentabilidade) acima dos 13,75%. Ou seja, diante desse cenário, menos de 25% apresentam um dividend yeld acima dos 13,75%”, esclarece o especialista.
Mas, com o ativo, é possível ter um rendimento de 14% ao ano, que foi o caso tomado como exemplo na simulação. Isso resulta em uma taxa mensal de 1.097%.
Nesse caso, para se ter uma renda de R$ 5 mil por mês, seria necessário acumular R$ 455.788,51.
“É importante ressaltar que a comparação com os outros ativos de renda fixa é minimamente injusta, pois os ativos de renda fixa têm menor volatilidade e maior ‘previsibilidade’”, ressalta Santos.
Qual investimento colocar na sua carteira para renda passiva?
Uma carteira de investimentos eficiente deve ter diversificação, ressalta Diego Santos, por isso, não basta selecionar apenas um ativo: “Desta forma, em situações de imprevisto, conseguimos minimizar as perdas e buscar uma rentabilidade maior no longo prazo”.
O especialista explica que o perfil do investidor também precisa ser considerado em todo esse processo, além de avaliar o cenário da economia em geral: “Diante de uma crise global, que implica uma política restritiva na grande maioria dos países, consequentemente os ativos de renda variável estão mais voláteis do que nunca. Então, a cautela será o melhor aliado do investidor neste momento”, afirmou.
Entre os produtos financeiros mencionados pela matéria, Santos avalia: “A LCI tem um ótimo equilíbrio entre risco e retorno, diante desse fato, acaba sendo um dos produtos mais atrativos para esse cenário. Já para os investidores que estão dispostos a correr um pouco mais de risco, os CDBs de bancos menores podem trazer uma rentabilidade líquida superior à da LCI.”
Já a preferida dos brasileiros, a poupança, é a menos atrativa: “Sem dúvida alguma, a poupança é o que menos rende dentre os produtos analisados”, finalizou.