85,6% das empresas nacionais adotam o modelo de trabalho híbrido, mas o home office ainda é importante para os brasileiros. Estados Unidos é o maior importador de talentos brasileiros para TI.
Embora o trabalho híbrido esteja se tornando a preferência no Brasil — 85,6% das companhias nacionais adotam o modelo, segundo pesquisa de março da JLL Consultoria —, isso não exclui totalmente o interesse dos trabalhadores por vagas remotas. Para brasileiros, a flexibilidade ainda importa muito: 40% definem esse benefício como fundamental, conforme a pesquisa “People at Work 2023: A Global Workforce View”, do ADP Research Institute.
Atuar para empresas do exterior se apresenta como uma alternativa para quem ainda deseja o home office. A área de TI no Brasil é uma das que mais tem se beneficiado em relação à exportação de talentos brasileiros; e os Estados Unidos é o país que mais se beneficia com a importação - de acordo com pesquisa da plataforma Deel, que aponta que o país é o que mais admite profissionais do Brasil, sendo responsável por 67% das contratações. As vagas americanas costumam focar, em sua maioria, em atrair desenvolvedores e engenheiros de software, cientistas e engenheiros de dados, analistas de BI, entre outros.
“O setor requer profissionais com capacidades inventivas, analíticas, habilidades interpessoais e técnicas aprimoradas, além de pessoas que consigam se adaptar a novas rotinas e circunstâncias fora da sua zona de conforto. Essas e tantas outras qualidades o mercado brasileiro tem de sobra”, comenta Teymour H. Farman-Farmaian, CEO e co-founder da Higlobe, fintech de solução de pagamentos para freelancers e contratados brasileiros que trabalham remotamente para empresas nos EUA.
Brasileiros apostam em trabalho remoto
Ainda de acordo com a pesquisa da ADP, os brasileiros estão confiantes que, nos próximos cinco anos, será uma norma trabalhar remotamente de qualquer lugar. Para encontrar a tão sonhada vaga em empresas americanas, existem plataformas que conectam profissionais com oportunidades globais, principalmente freelas.
A Upwork, por exemplo, possibilita atuar com clientes americanos dos mais diversos nichos; já a BairesDev atua com a terceirização de desenvolvedores de softwares voltados a projetos de marcas globais; a Toptal, por sua vez, é uma rede de talentos freelancers para as áreas de desenvolvimento, design, finanças e gestão de produtos e projetos. Todas elas permitem configurar uma solução para receber os pagamentos em dólar de forma segura e ágil, sendo a Higlobe uma delas.
Mas que skills atraem recrutadores americanos? Segundo o CEO da fintech, é indispensável ter um currículo e portfólio personalizados visando a empresa alvo, que destaquem habilidades e quantifiquem resultados que o profissional conquistou em trabalhos anteriores.
Na entrevista, é visto com bons olhos o profissional que sabe demonstrar seu match com a vaga ofertada; ressaltar os pontos fortes e assumir a vulnerabilidade dos pontos que precisam de melhoria; provar que conhece os valores e a missão da empresa; e demonstrar facilidade de trabalhar em equipe.
Com isso em vista, Teymour não acredita que o trabalho home office acabe tão cedo.
“Claro, vai ser ressignificado e adaptado de outras formas, talvez não tão latente quanto esteve durante a pandemia. Porém, não podemos esquecer que ainda existe um mercado lá fora que preza por talentos brasileiros e com boa remuneração. Com a possibilidade da opção remota e de ganhar o salário em moeda estrangeira, profissionais brasileiros podem encontrar em empresas americanas uma oportunidade fenomenal”, conclui o CEO da Higlobe.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.