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Como evitar (de verdade) as compras por impulso no Natal

Veja dicas para praticar o consumo consciente e evitar gastos excessivos durante esse período de festas

20 dez 2023 - 06h35
Como evitar (de verdade) as compras por impulso no Natal
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A tentação de cair nas compras por impulso segue firme, turbinada pelas promoções de dezembro do Natal e as liquidações de começo de ano, o que exige controle emocional e financeiro redobrado das pessoas, alerta o advogado Emanuel Pessoa, sócio do Emanuel Pessoa Advogados. 

“Nesse período, é muito fácil as pessoas se empolgarem com a chegada do 13º salário e se esquecem de que as contas para quem comete excessos vão chegar”, avalia.

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“É sempre importante o consumidor pensar em como não desequilibrar o orçamento. Nas compras por impulso, em que se gasta pensando unicamente que a parcela cabe, as pessoas se esquecem que outras compras podem ser necessárias mais adiante. Isso decorre da vontade das pessoas de obter satisfação imediata, mesmo que gastem mais pagando com juros para ter algo que desejam”, completa o advogado.

As compras por impulso são feitas pela maioria dos consumidores que participaram de uma pesquisa de 2023 do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL): 60% deles admitiram ter esse comportamento. O grande motivador foi a facilidade de crédito, principalmente para compras de roupas, calçados e acessórios (22%), supermercado (18%) e perfumes e cosméticos (14%).

Outro dado da pesquisa revela que 52% dos entrevistados possuem até 75% da sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas em atraso.

Mais presença, menos presentes

Outra consequência negativa das compras por impulso é o consumo excessivo que gera muito lixo (embalagens e produtos antigos) e impactos no meio ambiente, alerta o professor Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular, organização multissetorial que defende a adoção de princípios de Economia Circular, uso eficiente de recursos e combate ao desperdício.

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As pessoas poderiam comprar menos produtos e utilizar os existentes por mais tempo, segundo Grandisoli. Isso reduziria a extração de recursos da natureza e a quantidade de resíduos descartados. 

“Ao comprar algum produto, é importante levar em consideração se as empresas fabricantes assumem compromissos ambientais, investem ou doam parte dos lucros desse período para ações que incentivam a circularidade e a sustentabilidade”, sugere.

Dicas para um Natal Circular

1) Considere dar presentes de valor sentimental, como doações, passeios, doces ou biscoitos feitos por você. Eles geram menos resíduos do que produtos, argumenta Grandisoli. Mais do que presente, presença.

2) Renove a casa sem comprar nada. O coordenador sugere consertar e reformar móveis e eletrônicos em vez de comprar novos. Doar ou trocar roupas e sapatos em brechós e decorar a casa com itens de anos passados.

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3) Festeje com menos impacto e desperdício. Para a ceia, faça a quantidade certa de comida, evite usar artigos descartáveis e sirva frutas dr época compradas de produtores locais. Se sobrar comida, doe o excedente e faça compostagem dos resíduos orgânicos.

4) Planeje suas compras dando preferência aos produtores locais e escolha itens duráveis, reutilizáveis ou recicláveis, que tenham pouca ou nenhuma embalagem e sejam de empresas socioambientalmente responsáveis.

Pesquise e planeje

Já para evitar as compras por impulso, Pessoa dá algumas dicas:

• Avalie sua necessidade

O produto que você precisa não é necessariamente o mesmo que está em oferta. Se você está interessado em algo, reflita se ele atende a uma necessidade ou é uma oportunidade de ocasião. A dica de Pessoa é deixar para decidir depois. 

“Sempre escolho algo e deixo para pensar depois se realmente preciso ou quero. Na maioria das vezes, isso me ajuda a evitar compras impulsivas.”

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• Pesquise sempre

Essa é a dica mais importante. É comum as lojas criarem páginas e anúncios chamativos com “as melhores ofertas”, “pagamento facilitado”, “frete grátis” ou “últimas unidades”. Não se deixe influenciar por essas mensagens publicitárias e concentre-se na pesquisa de características do produto, reputação da loja e preço. 

Quanto antes você começar a pesquisa, maior as chances de encontrar uma oferta real. Monitorar os valores ao longo dos meses permite saber se o preço foi reajustado para cima, por exemplo. Há vários sites de busca que comparam preços e podem ser grandes aliados.

Pessoa recomenda um olhar minucioso sobre as condições de pagamento. “Verifique as famosas letras miúdas do contrato de compra e venda, em particular os juros de financiamento. Conheça também as cláusulas de garantia e de troca, que costumam ter disposições especiais nesse período.”

• Desconfie de preços muito baixos

Se o produto está com um preço muito atrativo, mas o site é desconhecido, o cuidado tem que ser redobrado. Antes de clicar no botão de compra, respire e cheque a página desse vendedor para se certificar que as especificações do produto estão claramente descritas. 

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Procure reparar em tudo, como a URL do site, fotos do produto e condições de pagamento. Também pesquise referências, como CNPJ, endereço e comentários nas redes sociais ou sites de defesa do consumidor.

• Faça contas

A facilidade nas condições de pagamento, especialmente no parcelado, pode confundir o consumidor. Ao se endividar no fim do ano, o consumidor precisa considerar que o mês de janeiro traz despesas adicionais, como IPTU, IPVA e outros gastos.

Foto: Visual Electric / Montagem Homework

• Guarde a oferta

Seja no formato online ou offline, documente todas as etapas de compra. Guarde o anúncio, se ele for de papel, ou tire o print da oferta no computador, a descrição do produto e as condições de pagamento. É importante que toda a compra esteja registrada, para que ela possa ser comprovada caso necessário.

• Use meios de pagamento seguros

Na hora de fechar a compra, utilize métodos de pagamento seguros e forneça somente informações necessárias. Não confie em sites que pedem dados excessivos.

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(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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