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Economia

Como o resto do mundo reagiu ao tarifaço do 'Dia da Libertação' de Trump

Líderes europeus, da Austrália e do Canadá, entre outros, criticaram tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos

2 abr 2025 - 23h08

Líderes de diversos parceiros comerciais criticaram as novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, às importações. Nesta quarta-feira, 2, data chamada por Trump de "Dia da Libertação", o presidente americano impôs uma taxa mínima global de 10% a todos os produtos que entrarem no país e outras ainda maiores para cerca de 60 parceiros comerciais, o que foi justificado como reciprocidade por tarifas para os produtos dos EUA.

Todos os países da União Europeia, por exemplo, terão uma taxa de 20% ao exportar para os Estados Unidos. Diversos líderes do bloco se manifestaram, como a italiana Giorgia Meloni, que costuma ser próxima de Trump, mas afirmou que a taxação é errada e não beneficiaria os Estados Unidos.

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"Faremos tudo o que pudermos para trabalhar em prol de um acordo com os Estados Unidos, com o objetivo de evitar uma guerra comercial que inevitavelmente enfraqueceria o Ocidente em favor de outros atores globais", afirmou a mandatária da Itália em um comunicado.

"A Espanha protegerá suas empresas e trabalhadores e continuará comprometida com um mundo aberto", afirmou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, de centro-esquerda.

Ainda na União Europeia, os premiês de Irlanda e da Suécia também criticaram as tarifas. "A decisão tomada hoje (quarta-feira, 2) pelos EUA de impor tarifas de 20% sobre as importações de toda a União Europeia é profundamente lamentável. Acredito firmemente que as tarifas não beneficiam ninguém. Minha prioridade, e a do governo, é proteger os empregos e a economia irlandeses", afirmou Micheal Martin.

"Não queremos barreiras comerciais crescentes. Não queremos uma guerra comercial. Queremos voltar ao caminho do comércio e da cooperação com os EUA, para que as pessoas em nossos países possam ter uma vida melhor", comentou o sueco Ulf Kristersson.

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Fora da União Europeia, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, atacou a decisão do governo americano. "As tarifas do governo (Trump) não têm base lógica e vão contra a base da parceria de nossas duas nações. Esse não é o ato de um amigo. A decisão de hoje aumentará a incerteza na economia global e elevará os custos para as famílias americanas." Para os australianos, a taxação extra será de 10%.

O presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-Soo, foi pragmático. "Como a guerra comercial global se tornou uma realidade, o governo deve usar todos os seus recursos para superar a crise comercial", disse. Os sul-coreanos terão uma tarifa de 25%.

O secretário de Negócios do Reino Unido, Jonathan Reynolds, manteve a expectativa de que conversas levem a um acordo com o governo Trump para isenção. O país terá a tarifa de 10%, o "mínimo" imposto. "(O governo britânico está) totalmente focado na negociação de um acordo econômico com os EUA que fortaleça nossa relação comercial justa e equilibrada. Temos uma série de ferramentas à nossa disposição e não hesitaremos em agir. Ninguém quer uma guerra comercial, e nossa intenção continua sendo a de garantir um acordo. Mas nada está fora de cogitação e o governo fará tudo o que for necessário para defender o interesse nacional do Reino Unido", disse.

Situação parecida foi relatada pelo ministro do comércio neozelandês, Todd McClay, que evitou tomar decisões. "Os interesses da Nova Zelândia são mais bem atendidos em um mundo onde o comércio flui livremente... O relacionamento bilateral da Nova Zelândia com os EUA continua forte. Conversaremos com a administração [Trump] para obter mais informações e com nossos exportadores para entender melhor o impacto que esse anúncio terá." A taxação da Nova Zelândia será de 10%.

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O Canadá não foi citado nesta quarta, mas é um dos alvos preferenciais de Trump. O primeiro-ministro do país, Mark Carney, também se manifestou. "(Trump) preservou vários elementos importantes de nosso relacionamento, o relacionamento comercial entre o Canadá e os Estados Unidos. Mas as tarifas de fentanil ainda permanecem em vigor, assim como as tarifas de aço e alumínio. Vamos combater essas tarifas com contramedidas, vamos proteger nossos trabalhadores e vamos construir a economia mais forte do G7?, disse o canadense.

América Latina

O presidente colombiano, Gustavo Petro, postou nas redes sociais que os novos impostos dos EUA podem ser "um grande erro". Seu país enfrenta um aumento de tarifa de 10%.

Em um fórum empresarial na Índia, o presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que tais medidas, para além de causar incerteza, põem em causa as "regras mutuamente acordadas" e os "princípios que regem o comércio internacional". /Com informações de AP e AFP

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