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Como transformar o seu negócio em uma franquia

Especialista explica quais os primeiros passos para formatar seu negócio para franquia

30 set 2022 - 06h00
É preciso entendimento do que é o franchising e qual é o papel do franqueador, alerta Thaís Kurita
É preciso entendimento do que é o franchising e qual é o papel do franqueador, alerta Thaís Kurita
Foto: Divulgação

As franquias estão em alta no Brasil. Muita gente procura até mais de uma franquia para trabalhar e investir. Mas como fazer o contrário, ou seja, como formatar o seu negócio para que ele se transforme em uma fraquia?

Antes de mais nada, é preciso entender que um negócio independente que faz sucesso já tem alma de franquia. É preciso somente dar o passo principal, que é formatar o negócio para que o modelo franchising permita sua expansão.

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Inicialmente, é necessário que se desenhe os processos operacionais que permitirão que o conceito seja replicado pelos franqueados, que crie os manuais, determine a visão e os valores empresariais, estude as praças onde serão implantadas novas unidades e em quais formatos (lojas, quiosques, home-based), enfim, coordene todo o processo para que haja a comercialização da marca e a transferência de know-how.

“A formatação deve ser realizada apenas depois de dois passos fundamentais, que são o entendimento do que é o franchising e qual é o papel do franqueador e o estudo de viabilidade financeira do negócio. Sem isso, não adianta investir num processo que exige recursos financeiros e de tempo”, alerta Thaís Kurita, advogada especializada em franchising, que há mais de 20 anos entende as estratégias do varejo para auxiliar franqueadoras de todos os portes na gestão de suas redes.

É preciso ficar muito atento para todas as variáveis

O futuro franqueador precisa entender que mesmo o negócio dele sendo um sucesso, mas isso não significa necessariamente que esse sucesso se repetirá depois que ele virar uma franquia.

“Todas as questões que influenciarão positiva e negativamente a multiplicação da marca deverão ser analisadas, numa previsão muito sincera de viabilidade do negócio. Com os números projetados, é preciso adequar o que não cabe e prejudicará o bom desempenho das franquias e até o que pode ser melhorado no negócio original em razão desse novo olhar”, ensina ela.

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As variáveis que surgem no processo de formatação para franchising podem alerar até mesmo a percepção que se tem do próprio negócio. 

“Na prática, os ajustes que acabam aparecendo têm muito a ver com a parte estética, o valor do investimento e a logística. Muitas vezes, são trazidas ideias como readequação do tamanho da unidade franqueada; a troca de equipamentos por similares, mas de marcas menos caras; mudanças de fachada ou decoração, que reduzam o valor do investimento, enfim, adaptações que não onerem a operação, mas custem menos ao investidor”, explica Thaís.

Etapas indispensáveis na hora da formatação

Um dos momentos mais críticos da fase de formatação é fazer uma análise ― inclusive financeira ― honesta e completa do perfil do franqueador. 

“Essa etapa é indispensável porque envolve a felicidade desse empresário e a de outras pessoas. É inadmissível desejar ser franqueador se você não gosta de lidar com gente, não deseja dividir sua marca, não entende que o franqueado é um parceiro – e não seu funcionário –, não almeja ganhos recíprocos, pensa de forma exclusivamente competitiva e não aceita delegar ou receber opiniões na gestão do negócio. Ser franqueador é gerir pessoas e, para isso, é preciso ter uma capacidade bastante grande de aceitar que cada um pensa e age de uma forma diferente, com ideias e ideais distintos. Administrar uma rede é complexo e requer paciência, empatia e outras habilidades”, enfatiza a especialista.

Após concluir essa etapa, é hora de então iniciar a formatação do negócio para o modelo de franquia. E é nesta hora que entram os estudos mais aprofundados, como mapeamento dos mercados potenciais, plano de expansão, definição do perfil do franqueado ideal, manuais, treinamentos para transferência de know-how, padrão arquitetônico (no caso de lojas físicas), processos operacionais, software de gestão, formas de fornecimento/abastecimento, logística, marketing e divulgação do negócio.

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O início da delicada formatação jurídica

É necessária uma assessoria jurídica especializada em franchising para realizar toda a formatação, com elaboração dos instrumentos jurídicos para essa expansão seguir à risca a Lei de Franquias, de número 13.966, que dá embasamento para o franchising no Brasil. É esse advogado quem cuidará de documentos essenciais, como Circular de Oferta de Franquia e o Contrato de Franquia propriamente dito.

A formatação jurídica é o primeiro passo para que a franqueadora possa se lançar com segurança, mas também possa selecionar franqueados adequados para sua marca e tenha com eles um relacionamento que permita crescimento concreto e harmonioso da marca, sem conflitos e fechamento de unidades franqueadas”, explica Thaís Kurita.

Após completar essa fase de modelagem do negócio e da documentação conforme prescreve a Lei, a franqueadora estará pronta para captar franqueados e dar início ao seu processo de expansão.

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