A segurança do CNU (Concurso Nacional Unificado) -o Enem dos Concursos- foi desenvolvida pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O esquema tem o acompanhamento da Força Nacional, das polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar, além de Casa Civil, Ministério da Justiça e Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
O objetivo é garantir que não haja vazamento das provas ou outro tipo de fraude que possa comprometer a seleção -até agora, a maior do país. São 2,1 milhões de candidatos.
Os exames serão aplicados no dia 5 de maio, em 228 cidades. O CNU tem 6.640 vagas em 21 órgãos públicos.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Alexandre Retamal, coordenador-geral de logística no concurso e um dos responsáveis pela segurança do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), fala das semelhanças e diferenças entre as duas seleções, aponta o que os candidatos devem ou não fazer no dia da prova e explica parte do esquema de segurança, que não pode ser revelado de forma integral para proteção.
O planejamento de segurança das provas começou há algumas semanas. Agentes da Abin vistoriaram todas as áreas por onde dos cadernos de provas passarão, que envolvem a Fundação Cesgranrio, organizadora da seleção, e os Correios.
A Força Nacional acompanha os cadernos desde então. Houve um forte esquema de segurança na sede da Cesgranrio, no Rio de Janeiro, já durante a confecção das provas.
Segundo Retamal, todos as sugestões da Abin para a banca organizadora foram acatadas.
"A Abin não participa do Enem. A Abin veio para dentro do Concurso Público Nacional Unificado e fez todo um serviço breve de inteligência, verificando as instalações da Fundação Cesgranrio, as instalações da gráfica, todos os armazéns dos Correios e todos os esquemas de transporte para ter certeza da garantia da segurança", afirma.
Os cadernos de prova começarão a ser distribuídos para todo o país com 48 horas de antecedência. Eles serão escoltados pela PRF e, no local onde ficam armazenados, terão vigilância constante.
A distribuição feita pelos Correios será acompanhada, assim como todo o material recolhido após as provas. O trabalho de segurança só termina quando todo o material estiver na Cesgranrio para correção.
"Tudo isso veio da experiência do Enem e a gente acrescentou camadas a mais de segurança para ficar mais seguro. A gente está fazendo tudo o que a gente pode para que, no dia da prova, os candidatos cheguem lá e façam o seu melhor, sem ficar preocupados com essas coisas", diz.
Coleta de biometria e exame grafológico
Uma das recomendações da PF que o Ministério da Gestão adotou foi a coleta da digital dos participantes antes da prova. No dia do exame, cada candidato terá de coletar dados para biometria.
Além disso, terão de escrever uma frase, para exame de grafologia.
Os dados biométricos serão usados para identificar os candidatos, em etapas futuras do concurso e na banca de heteroidentificação na qual há a análise dos que concorrem por cotas.
"Nesse momento, a gente vai confirmar se aquela pessoa que está participando é realmente o portador daquele documento. Isso são coisas que não existem no Enem que a gente trouxe por causa dessa participação dos órgãos de segurança."
Para ele, as ações garantem aos candidatos a certeza de que a seleção não será burlada.
"Olha tem de tudo, gente que se inscreve e é outro que faz a prova. Um que faz a prova de manhã e outro de tarde. Mas quero que as pessoas procurem ir lá [no local de prova] sabendo que nós do MGI [Ministério da Gestão] fizemos tudo o que está ao nosso alcance para que a pessoa participe da prova com segurança, onde existe isonomia e idoneidade."
O que o candidato pode e o que não pode no dia do concurso
O candidato não poderá portar celular, relógio digital ou qualquer outro equipamento eletrônico no dia do exame. Os equipamentos serão recolhidos pelos fiscais, devem ser desligados e serão colocados em um saco plástico, que ficará com o candidato durante todo o exame.
Se o celular tocar, o participante é desclassificado automaticamente. É é necessário imprimir o cartão de confirmação com antecedência e levá-lo impresso no dia da prova. Nele, não pode haver nenhuma anotação ou rasura, sob pena de desclassificação.
Os candidatos não poderão levar o cartão de confirmação nem o caderno de respostas para casa. Tudo ficará com o fiscal de sala. Em 3 de junho, serão divulgados os cartões digitalizados na área do candidato, no site da Cesgranrio.
No dia do exame, o MGI vai divulgar, também no site da Cesgranrio, o PDF dos cadernos de questões para que os participantes consigam checar como foi o seu desempenho com base no que lembrarem.
É permitido levar comida, além de água em garrafas transparentes. O candidato tem de levar documento recente com foto e caneta. A cor será divulgada. Os cartões de confirmação estarão no site da Cesgranrio a partir de 25 de abril.
A prova da manhã começará às 9h (horário de Brasília), com a abertura dos portões às 7h30 e o fechamento será 8h30. A duração será de 2h30. No mesmo dia será realizada a segunda prova, que começará às 14h30, com os portões abrindo às 13h e fechando às 14h. Os concorrentes terão 3h30 para entregar o teste.
O último recado de Retamal é para que o candidato foque no seu desempenho no dia da prova e não cometa nenhuma irregularidade, obedecendo a todas as orientações dos fiscais.
"O que eles têm que fazer é chegar lá cedo, com calma, bem alimentados. Seguir as orientações dos fiscais e procurar fazer a prova com calma, fazer o seu melhor, sem ficar preocupado, que o restante a gente está cuidando."
Concurso Nacional Unificado tem esquema de segurança preparado pela Abin; veja como será foi publicado primeiro em Banda B.