A Copag, empresa que fabrica baralhos e cartas de jogos, ganhou os holofotes nesta semana após denúncia de cárcere privado feita pela socialite bilionária Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos, viúva do ex-proprietário da empresa, Nestor Gonçalves.
No domingo, 28, o Fantástico, da TV Globo, exibiu uma entrevista em que Regina afirma ter vivido "em cativeiro, sem contato com ninguém". Ela e familiares acusam o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro, de 53 anos, de enganar a socialite.
Em 2021, em meio à pandemia, eles assinaram um contrato de união estável. Regina diz não se lembrar de ter assinado o papel. Ribeiro não foi encontrado pela reportagem do programa da Globo, e os advogados dele não quiseram se pronunciar.
Regina Glaura Lemos Gonçalves nasceu na cidade de Passos, no interior de Minas Gerais. Filha de fazendeiros, aprendeu equitação e natação ainda na infância. Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e se casou com Nestor Gonçalves. Fazendeiro e empresário paulista, ele era dono de um conglomerado com atuação em diversos setores. Um dos mais conhecidos era o parque gráfico Copag.
Ele também atuou na construção civil, no mercado imobiliário e no agronegócio. Estima-se que, ao longo das décadas, as empresas do grupo empregaram mais de 20 mil pessoas apenas no Estado do Rio.
Nestor faleceu em 1994. O casal não teve filhos, e Regina tomou a frente nos negócios. A herança herdada do marido era calculada em cerca de 500 milhões de dólares, e incluía imóveis, joias e objetos de arte. A coleção de obras de arte construída ao longo de sua vida seria uma das maiores do País. Parentes relatam quadros de Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, entre outras.
Os imóveis, por sua vez, estão localizados em alguns dos endereços mais cobiçados do Rio, como no icônico Edifício Chopin, que fica ao lado do Copacabana Palace, e mansões em São Conrado, ambos na zona sul do Rio.