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Conheça o curitibano que transformou a rotina de 'pai de pet' em perfil de sucesso nas redes sociais

Paulo Rafael Maidl vive da produção de conteúdo digital inspirada no dia a dia com o marido e quatro gatos

19 dez 2023 - 05h00
Paulo Rafael Maidl  ao lado de 3 dos 4 gatos de estimação; no perfil Rafa do Mika, ele compartilha dia a dia  com o marido e os bichos nas redes sociais
Paulo Rafael Maidl ao lado de 3 dos 4 gatos de estimação; no perfil Rafa do Mika, ele compartilha dia a dia com o marido e os bichos nas redes sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com quase 150 milhões de animais de estimação, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de países com maior número de animais domésticos no mundo. Os dados são do censo do IPB (Instituto Pet Brasil), de 2021, e confirmam aquilo que boa parte dos tutores de pet já sabem: os bichos têm um papel importante nos novos núcleos familiares. 

Nas últimas décadas, muitos pets trocaram os quintais pelos sofás, os restos de comida por ração premium e passaram a protagonizar vídeos e fotos registrados e compartilhados pelos seus tutores nas redes sociais. Com o surgimento do mercado de influência digital e seus diferentes nichos, não demorou muito até que o segmento começasse a encontrar cada vez mais seguidores e produtores de conteúdos voltado para animais e seus tutores. 

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Um desses produtores é o curitibano Paulo Rafael Maidl, de 32 anos. Ao lado do marido e parceiro de negócio, Jackson dos Anjos, de 35 anos, ele administra o perfil Rafa do Mika, onde compartilha o cotidiano de um casal moderno, 'pai' de quatro gatos, vivendo em um pequeno apartamento.

Os vídeos criados pela dupla e protagonizados, na maioria das vezes, pelos bichanos, vem conquistando seguidores: são 1 milhão de seguidores no TikTok, 176 mil no YouTube e 496 mil no Instagram, ferramenta preferida pelo casal de empresários. 

A ideia de criar conteúdo digital surgiu em 2021. Rafael, que já é formado em Administração de Empresas, estudava Marketing quando começou a "pensar na possibilidade de fazer isso com mais foco e estratégia”. 

"Pensamos: ‘Se fosse para trabalhar o resto da vida com alguma coisa, teria que ser com algo que amamos’. A ideia mais natural que surgiu foi trabalhar com nossos gatos, pois meu sonho era viver o máximo de tempo possível do lado deles”, explica Rafael ao Terra

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Ele e Jackson já acompanhavam o nicho “por gostarmos muito de gatos, mas nunca pensamos muito a respeito do potencial ou não de ganhar dinheiro. Nossa ideia era a de que se fizéssemos com amor e dedicação, pelos nossos gatos e nossos seguidores, daria certo independente do nicho”, relembra. 

A ideia deu certo. Rafael e Jackson não revelam o faturamento, mas atualmente vivem exclusivamente da produção de conteúdo digital. O mercado pet - que engloba produtos veterinários, desde alimentos até os voltados para saúde, higiene e bem-estar dos bichos - movimentou R$ 41,9 bilhões no Brasil em 2022, e deve encerrar este ano com crescimento de 10%, projeta a  Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

O número coloca o Brasil como terceiro maior mercado pet global, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, que domina 43% do faturamento global do segmento, cuja cifra total foi de U$S 149,8 bilhões (R$ 743,85 bilhões) em 2022.

Criatividade narrativa 

Com tantos perfis voltados para  produção de conteúdo sobre animais, como se diferenciar? A resposta de Rafael foi a adoção de um storytelling criativo que inclui também traços marcantes das personalidades dos felinos: Mits, de 11 anos,  Bob e Gatão, ambos com 10 anos, e o caçula Café, de apenas 10 meses. 

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“Como mostramos tudo da nossa rotina, temos um cuidado muito grande de deixar os gatos fazerem o que querem. Nosso trabalho é ficar com o celular na mão o máximo possível, gravar e depois contar o que aconteceu de uma forma bem humorada", conta. 

O produtor de conteúdo reforça que o objetivo é gerar entretenimento sem 'deixar o animal desconfortável'.

"Eu diria que o mais importante é gerar algo de boa qualidade para quem está assistindo. Não a qualquer custo, pois vejo muitos influenciadores fazendo comédia e conteúdo em cima de um gato que está acuado, ofendido, ofendido, insultado... Deixar o animal desconfortável para fazer outra pessoa rir, para nós, é um absurdo", afirma. 

Desafios e preconceito

Saber lidar com a exposição e julgamento das pessoas é uma das principais regras para quem deseja trabalhar no segmento. Mas, no caso de Rafael e Jackson, o fato de serem um casal homoafetivo também traz outra câmara de desafios: o preconceito.

“Nós temos alguns pontos que dificultam atrair marcas que desejem trabalhar com a gente, e isso é uma dificuldade pontual. Primeiro por trabalharmos com gatos, que são “menos populares” comparados a cães, que possuem um grande público de pessoas (e consumidores, para as empresas). E também somos um casal homoafetivo. Apesar dos avanços, sabemos que isso já fechou muitas portas para nós”, lamenta. 

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Fonte: Redação Terra
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