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Conheça os mitos e as verdades sobre o trabalho híbrido

Apesar de algumas empresas serem resistentes, pesquisas mostram benefícios para colaboradores

28 fev 2023 - 06h00
Foto: Adobe Stock

O trabalho híbrido faz parte da rotina de pessoas no mundo todo. No Brasil não é diferente. Segundo a pesquisa “Working from Home Around the World”, os brasileiros gostariam de trabalhar em casa em média 2,3 dias por semana. Apesar disso, as empresas aplicam o home office uma média de 0,8 dias por semana.

A diferença entre o que querem os colaboradores e o que ocorre na prática demonstra que, apesar de ser uma tendência, ainda há resistência do setor corporativo a respeito  do remote first. 

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Parte disso decorre de mitos que ainda impactam na decisão das empresas sobre o melhor modelo de trabalho. O primeiro deles é justamente sobre a preferência dos colaboradores. 

“Muitas empresas acreditam que precisam impor o modelo remoto ou retornar ao escritório de qualquer forma, sem planejamento ou até mesmo ouvir as pessoas, pode ser um problema a longo prazo que impacta não só na produtividade, mas também na saúde mental”, explica Fernando Gorguet, head de global sales da Deskbee, empresa que desenvolve tecnologia de gestão do workplace especializada no modelo híbrido.

Pesquisa e acompanhamento constante

Para o especialista, o modelo remote first exige pesquisa e acompanhamento constante da percepção dos colaboradores. 

“É importante investir em ferramentas que gerem dados para análise do clima organizacional, onde as pessoas possam expressar opiniões livremente. Além disso, que demonstrem quais recursos mais utilizam na empresa. Isso ajuda no planejamento não só de ações voltadas às pessoas, mas também na análise de custos da empresa”, explica.

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Entenda o que mais é fato e o que é mito no trabalho híbrido:

  • • Trabalho híbrido é menos produtivo

Falso. Um dos receios dos gestores era que a produtividade fosse impactada pelo remote first, mas a realidade é que  55,2% dos trabalhadores brasileiros afirmaram se sentirem mais produtivos trabalhando dias em casa. A sondagem é do FGV IBRE, realizada no fim de 2022. 

“O planejamento da rotina de trabalho no modelo híbrido se adapta a diferentes perfis de pessoas. Isso permite que as idas ao escritório sejam para momentos em que é necessária a interação presencial. Assim como os momentos de concentração podem ser no home office. De toda forma, a possibilidade de escolha facilita que o colaborador ajuste seu dia a dia conforme achar mais produtivo”, afirma Gorguet.

  • • Trabalho híbrido é favorável à diversidade

Verdade. A diversidade regional, de gênero e a inclusão de pessoas com deficiência aumenta com o modelo remote first. Pessoas que moram longe da sede das empresas e que antes não podiam se candidatar às vagas por causa do tempo de deslocamento têm um impedimento a menos. O mesmo ocorre com mulheres, que muitas vezes, precisam de uma rotina flexível em razão dos filhos. 

Além disso, segundo uma pesquisa do Gartner, 81% dos profissionais com deficiência disseram que se sentem mais respeitados no trabalho híbrido. 

“O trabalho híbrido favorece a inclusão desde que seja aplicado respeitando essas diferenças. É importante que, mesmo trabalhando em home office, essas pessoas tenham a estrutura necessária para executar as tarefas e que haja uma cultura interna voltada a desenvolver esses talentos”, alerta o especialista.

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  • • Trabalho híbrido prejudica a cultura de inovação

Falso. A interação entre os times é essencial para a inovação. Dessa forma, é importante que os momentos de troca sejam realizados de forma inteligente. 

“É inevitável investir em recursos que favoreçam essas trocas e incluam verdadeiramente as pessoas. A inovação ocorrerá desde que uso de ferramentas otimizem as rotinas de reuniões e facilitem as conversas. É importante que haja uma cultura interna para que essas práticas sejam realizadas, bem como ocorra o estímulo das lideranças para engajar as pessoas”, conclui Gorguet.

  • • Apenas empresas nativas digitais podem trabalhar de forma híbrida

Falso. “A falta de conhecimento a respeito de como funciona a rotina de trabalho e quais recursos podem ser usados para acompanhar os colaboradores ainda são desafios para alguns setores, mas isso tem mudado”, explica o especialista.

Segundo ele, há empresas tradicionais se adaptando,como escritórios de advocacia, varejo e até mesmo indústria. 

“Percebemos que as barreiras estão sendo derrubadas a respeito de como funciona o modelo. Além disso, a tecnologia facilita muito tanto a gestão quanto o funcionamento da empresa e essa informação está chegando às empresas. Há setores entendendo que mudar o modelo de trabalho é uma forma de reter talentos e até mesmo de evitar custos na operação”, finaliza Gorguet.

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