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Consumo das famílias está 0,4% abaixo do nível pré-pandemia

Consumo de serviços, como bares e restaurantes, e de bens semiduráveis, como roupas e calçados, ainda enfrenta dificuldades de recuperação

24 ago 2021 - 03h11
(atualizado às 07h29)

Embora a atividade econômica como um todo tenha, no primeiro trimestre, retomado o ritmo observado antes da pandemia de covid-19, o consumo das famílias, principal componente do Produto Interno Bruto (PIB) sob a ótica da demanda e motor da economia até 2019, no pós-recessão, segue um passo atrás. Em junho, o volume de bens e serviços consumido pelas famílias brasileiras estava 0,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020, segundo estimativas da Fundação Getulio Vargas (FGV) obtidas pelo Estadão/Broadcast.

Vendedora segura ovos em um mercado de rua no Rio de Janeiro, Brasil
08/07/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
Vendedora segura ovos em um mercado de rua no Rio de Janeiro, Brasil 08/07/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Enquanto o consumo de bens não duráveis (como alimentos e cosméticos) e de bens duráveis (como eletrodomésticos) já superou o pré-crise sanitária, o de serviços (bares e restaurantes, por exemplo) e de bens semiduráveis (como roupas e calçados) permanece aquém, com dificuldades de recuperação.

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A avaliação parte dos dados desagregados do Monitor do PIB, indicador da FGV. O consumo de serviços ainda está 1,8% aquém do pré-crise sanitária, enquanto o de bens semiduráveis permanece 6,2% abaixo do nível de fevereiro de 2020.

Segundo Claudio Considera, pesquisador responsável pelo Monitor do PIB, a persistência da pandemia e a necessidade de isolamento social para conter a disseminação da covid-19 ainda atrapalham a normalização do consumo de itens como peças de vestuário e de serviços, como restaurantes, hotéis e passagens aéreas.

"As pessoas estão em casa, elas não foram mais aos shoppings, deixaram de comprar. Nos serviços, o problema atinge restaurantes, hotelaria, passagens aéreas, tudo que precisa de interação social", afirma Considera, destacando que há outros problemas, além das restrições ao contato social. "Agora temos problema de desemprego e inflação. Isso deve diminuir o consumo."

Por outro lado, o consumo de bens não duráveis já superou em 2,1% o patamar pré-covid, enquanto o de bens duráveis está 0,3% acima. Segundo Considera, as famílias puderam manter, mal ou bem, seu nível de consumo de bens não duráveis, principalmente os alimentos, "basicamente por causa do auxílio emergencial".

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No caso de bens duráveis, o consumo já esteve mais aquecido em novembro e dezembro de 2020, mas passou por oscilações ao longo do primeiro semestre deste ano. A demanda por eles foi puxada por famílias que tiveram suas rendas menos atingidas pela crise. "Durante a pandemia, algumas pessoas passaram a substituir, em determinado momento, os seus equipamentos domésticos", lembra Considera.

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