A maior parte dos economistas do mercado, assim como instituições financeiras, apostam que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros, nesta quarta-feira, 6, em 0,50 ponto percentual. Caso a expectativa se concretize, a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, deve passar de 10,75% para 11,25% ao ano.
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A elevação da Selic representará a segunda alta do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em setembro, os diretores do Banco Central (BC) aumentaram os juros em 0,25 ponto percentual, elevando de 10,50% para 10,75%. A segunda alta consecutiva é esperada diante da alta recente do dólar e das pressões inflacionárias.
“Esperamos elevação da meta Selic em 50 bps para 11,25% por decisão unânime", diz o Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos. "Esse ajuste visa manter as expectativas de juros de longo prazo ancoradas, além de neutralizar a desconfiança em relação ao equilíbrio fiscal do governo", acrescenta Luiz Arthur Fioreze, economista da Oryx Capital.
.A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. A projeção de inflação em 2024 subiu novamente e permanece acima do teto da meta definida pelo BC em 3%, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto. No Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 4, pelo BC, os analistas de mercado financeiro aumentaram a estimativa de 4,55% para 4,59%.
“Avaliamos que a piora do balanço de riscos fundamenta a aceleração do ritmo de aperto monetário, em particular a deterioração da percepção do mercado sobre os riscos fiscais, o ambiente externo mais adverso e a consequente depreciação cambial, além da desancoragem adicional das expectativas de inflação”, avalia Sérgio Goldenstein.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano. Depois do encontro desta semana, o Copom vai se reunir mais uma vez este ano, em 10 e 11 de dezembro. Ou seja, é esperado um aumento de 0,25 ponto percentual na última reunião do Copom de 2024.
Para o fim de 2025, a estimativa para a taxa básica subiu de 11,25% ao ano para 11,5% ao ano. Para 2026 e 2027, o mercado prevê que a taxa seja reduzida, mas elevou o seu nível em 0,25 ponto percentual para os dois anos, para 9,75% ao ano e 9,25% ao ano, respectivamente.