O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça-feira, 10, e quarta-feira, 11, na última reunião sob comando de Roberto Campos Neto para decidir o patamar da Selic, a taxa de juros da economia brasileira. A maior parte dos economistas do mercado, assim como instituições financeiras, aposta no aumento dos juros em 0,75 ponto percentual (p.p), elevando a Selic de 11,25% para 12% ao ano.
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A alta, terceira consecutiva no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é esperada diante da disparada do dólar, risco fiscal e das pressões inflacionárias. O relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na segunda-feira, 9, registrou alta na expectativa do IPCA para 2024, agora em 4,84%, acima do teto da meta, enquanto a expectativa para o câmbio foi ajustada para R$ 5,95.
Sérgio Goldenstein, estrategista chefe da Warren Investimentos, espera que a elevação da Selic para 12% ao ano seja por decisão unânime, como ocorreu nas últimas reuniões do colegiado. Em setembro, o Copom elevou a Selic em 0,25 p.p. Em novembro, a alta foi de 0,50 p.p. Caso se concretize a elevação em 0,75 p.p, essa será a maior alta dos juros desde maio de 2022.
A deterioração no balanço de riscos para a inflação, desde a última reunião, refletida principalmente na forte depreciação cambial, na ampliação da desancoragem das expectativas inflacionárias e na piora na composição qualitativa da inflação corrente, fundamentaria a intensificação no ritmo de elevação da Selic, na avaliação do mercado.
De acordo com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), com este cenário, e de forma a não gerar excessiva volatilidade na estrutura a termo do mercado futuro de juros, o Copom deve acelerar o ritmo de elevação da Selic para 0,75 p.p. em dezembro, mantendo o aumento em janeiro, reduzindo para 0,25 p.p. em março.
Tom mais agressivo
Sobre o tom da decisão, espera-se que seja mais agressivo. "A publicação do Relatório Focus desta semana veio em linha com a validação das expectativas para um posicionamento mais agressivo por parte do Copom”, disse Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
"O Focus desta semana reforçou a necessidade de um posicionamento mais agressivo do Copom, especialmente diante da revisão para cima das expectativas de inflação e das projeções de juros para os próximos anos", reforçou Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.
Para o fim de 2025, a estimativa para a taxa básica subiu de 12,63% para 13,50% ao ano. Para 2026 e 2027, o mercado prevê que a taxa seja reduzida, mas elevou o seu nível em 0,50 ponto percentual para os dois anos, para 11% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.