Os dados recentes sobre a inflação confirmaram amplamente a visão atual do Banco Central Europeu (BCE), o que significa que os cortes nas taxas de juros não são um tópico de debate a curto prazo, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, nesta sexta-feira.
A inflação anual da zona do euro deu um salto no mês passado, conforme esperado, passando de 2,4% em novembro para 2,9% e apoiando o argumento do BCE de manter as taxas de juros em níveis recordes por enquanto.
O BCE vê a inflação oscilando na faixa de 2,5% a 3% durante a maior parte deste ano, e as autoridades disseram que qualquer conversa sobre um corte na taxa de depósito antes dos dados cruciais sobre salários do primeiro trimestre, previstos para maio, seria prematura.
"Isso (o número da inflação de dezembro) confirma amplamente nossa avaliação da reunião de dezembro, nossas projeções de dezembro. Com base nisso, e é claro que vamos analisar os dados que estão chegando, isso (reduzir as taxas de juros) não é um tópico de curto prazo", disse Lane em um evento em Dublin.
"Assim que tivermos desenvolvido confiança suficiente de que estamos firmemente no caminho para a meta de inflação de 2%, então o tema do corte de juros obviamente virá à tona. Mas, no momento, isso é uma conjectura e precisaremos ver os dados que estão chegando antes de irmos além disso."
Os investidores precificaram cortes no valor de 1,50 ponto percentual no próximo ano, com um primeiro ajuste em abril totalmente precificado -- um cronograma que vários formuladores de política monetária do BCE consideraram precipitado, dadas as pressões persistentes sobre os preços..