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Cosan se desfaz de fatia na Vale por R$ 9 bi na maior venda de ações em bloco da história da B3

Empresa vendeu participação de 4,05% que detinha na mineradora, para 'otimizar sua estrutura de capital'

16 jan 2025 - 13h14
(atualizado às 16h21)

Na maior venda em bloco (block trade) de ações já feita na B3, a Cosan, do empresário Rubens Ometto, vendeu na manhã desta quinta-feira, 16, 173 milhões de papéis da Vale, ao preço final de R$ 52,29, um desconto de apenas 0,6% sobre o fechamento de quarta-feira, 15. A operação movimentou R$ 9,06 bilhões, superando a venda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez, também de papéis da Vale, em 2020, e movimentou R$ 8,1 bilhões.

Os papéis da mineradora foram comprados rapidamente, em menos de 20 minutos do início do leilão. O vendedor foi a corretora do JPMorgan, o banco que ganhou a disputa para fazer a venda. A Cosan já havia sinalizado a intenção de se desfazer dos papéis. A dúvida do mercado era quando isso iria acontecer.

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A Cosan comprou em 2022 cerca de 6,5% de participação na Vale, em uma estrutura financeira que tinha ações à vista e derivativos. Depois, se desfez de parte e ficou com 4,05%, participação que foi zerada nesta quinta.

Cosan havia se tornado acionista relevante da Vale em 2022
Cosan havia se tornado acionista relevante da Vale em 2022
Foto: Fabio Motta/Estadão / Estadão

Nos cálculos dos analistas do Citi, a venda das ações da Vale detidas pela Cosan reduz o endividamento da sucroalcooleira de R$ 23 bilhões para R$ 14 bilhões, ou seja, até 40% da sua dívida líquida. "Vemos a venda como positiva para a tese de investimento da Cosan, uma vez que a consequente desalavancagem deve ajudar a empresa a enfrentar o cenário desafiador de juros mais altos no Brasil", afirmam os analistas, em relatório.

Somado a venda bilionária desta quinta, o Citi ressalta que a tendência atual de reciclagem de portfólio na Raízen e a potencial venda de participação na Compass também podem ajudar ainda mais a Cosan nesse processo de redução do endividamento.

Já o Goldman Sachs avalia que investidores já estavam focados na possibilidade de a Cosan vender sua participação na Vale, o que gerava um ponto de preocupação para a mineradora — que acumulou queda de 32% nos últimos 12 meses. Contudo, com a confirmação da operação, o overhang (pressão de baixa) no papel da Vale tende a ser reduzido.

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No leilão, a procura foi forte, segundo participantes. Por isso, o preço inicial da venda, de R$ 50,63, acabou subindo quase dois reais, terminando em R$ 52,29. Assim, o papel da Vale, que caia mais de 3% na abertura dos negócios, reduziu sua queda para a casa dos 0,50% depois do fim do leilão. Às 14h, recuava apenas 0,13%. Já a Cosan, que chegou a subir mais de 9%, avançava 2% no mesmo horário.

As corretoras que mais compraram ações da Vale no leilão foram as do Itaú, com 31 milhões, a do próprio JP Morgan, que comprou 132 milhões, e a do Goldman Sachs, que comprou 7,9 milhões. Elas, em geral, atuam em nome de clientes.

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