O Brasil abriu 101.425 vagas formais de trabalho no mês passado, no mais baixo resultado para agosto desde 2012 influenciado pela continuidade das demissões líquidas na indústria e pela menor oferta de vagas em quase todos os setores produtivos.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira, a oferta de emprego em agosto ficou 20% abaixo das 127.648 contratações em igual mês do ano passado. Foi, também, a mais baixa oferta de vagas para o mês desde agosto de 2012, quando as contratações somaram 100.938.
O número foi melhor do que o fraco resultado de julho, quando foram abertos 11.796 postos, sem ajustes, num mês de baixa base de comparação afetado pela retração dos negócios em decorrência da Copa do Mundo.
Em agosto, o desempenho do emprego formal foi influenciado pela demissão líquida de 4.111 trabalhadores no setor industrial, quinto mês consecutivo de retração. A agricultura, também registrou demissão líquida com a dispensa de 9.623 trabalhadores, praticamente anulando as contratações líquidas vistas em julho (9.953, sem ajustes).
Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, está havendo uma campanha negativa sobre o desempenho da economia brasileira, que acaba contendo o consumo e a produção. O Brasil entrou em recessão no primeiro semestre deste ano com forte retração na indústria e no investimento.
Nesta semana, economistas de instituições financeiras consultados pela pesquisa Focus do Banco Central voltaram a piorar a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a 0,48%, muito aquém da expansão de 2,5% vista em 2013. No acumulado do ano até agosto, houve contratação líquida de 606.339 trabalhadores com carteira assinada no dado sem ajuste, contra 826.684 admitidos em igual período do ano passado.
A economia fraca está reduzindo a oferta de emprego no país no momento em que a presidente Dilma Rousseff (PT) busca um segundo mandato e enfrenta, a poucas semanas da eleição, uma disputa acirrada com a candidata do PSB, Marina Silva.
Diante da menor oferta de postos, o governo reduziu para 1 milhão a previsão de geração líquidas de vagas formais neste ano, sobre a estimativa anterior de abertura de postos entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de empregos.