A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos acelerou em fevereiro, mas o aumento da taxa de desemprego e a moderação dos ganhos salariais mantiveram em jogo um corte em breve da taxa de juros em junho pelo Federal Reserve.
A economia dos EUA abriu 275.000 postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de empregos nesta sexta-feira.
Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando 229.000 empregos criados, em vez de 353.000 conforme informado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200.000 vagas, com estimativas variando de 125.000 a 286.000. A abertura de vagas está acima dos cerca de 100.000 empregos necessários por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.
O mercado de trabalho está sustentando a economia, que vem superando seus pares globais. Economistas não esperam uma recessão este ano. A taxa de desemprego subiu para 3,9% em fevereiro, depois de se manter em 3,7% por três meses consecutivos.
Apesar de uma onda de demissões no início do ano, os empregadores estão, em geral, mantendo seus funcionários depois de terem tido dificuldades para encontrar mão de obra durante a pandemia da Covid-19.
Embora a oferta e a demanda de mão de obra estejam voltando a se equilibrar, em meio a um aumento na imigração e trabalhadores mais velhos adiando a aposentadoria, alguns setores da economia continuam desesperados por trabalhadores qualificados.
Havia 1,45 vaga aberta para cada pessoa desempregada em janeiro, ainda acima da média de 1,2 durante o ano anterior à pandemia, segundo dados do governo divulgados esta semana. O relatório Livro Bege do Fed também mostrou que "persistiam dificuldades para atrair trabalhadores para cargos altamente qualificados" em fevereiro.
A média de ganhos por hora subiu 0,1% no mês passado, depois de ter aumentado 0,5% em janeiro. Isso reduziu o aumento anual dos salários para 4,3% em fevereiro, de 4,4% em janeiro.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse a parlamentares esta semana que cortes nos juros serão "provavelmente apropriados" ainda este ano, mas enfatizou que eles "realmente dependerão da trajetória da economia".