A organização criminosa responsável por desviar dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) forjou documentos e assinaturas para roubar R$ 2,3 milhões de Paolo Guerrero, ex-Corinthians e Flamengo, detalhou o delegado Caio Porto Ferreira, da Polícia Federal. Segundo a PF, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na região metropolitana de São Paulo.
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De acordo com o delegado, além de Guerrero, a Polícia Federal aponta que outros atletas de alto nível e, no caso do futebol, estrangeiros, também foram alvos dos criminosos. No entanto, o atacante, hoje do César Vallejo, do Peru, é quem teve o maior prejuízo. A informação é da CNN e foi confirmada pelo Terra.
Ferreira explica que os fraudadores monitoravam os atletas de outros países e que, depois que saíam do Brasil, esqueciam ou não sabiam das reservas do FGTS. Com os documentos originais dos estrangeiros, os criminosos forjavam outros para solicitar o saque do fundo.
Os documentos falsos, então, eram usados para abrir contas bancárias em outras instituições, para onde eram transferidos os recursos. Segundo o delegado, os criminosos se dividiam entre aqueles que obtiam os documentos originais, os que mantinham contato com os atletas e terceiros que se aproximavam de profissionais bancários, para facilitar a abertura de contas e transferências.
Três dos alvos investigados pela Polícia Federal se apresentavam como empresários na intenção de obter a documentação dos atletas, enganá-los e acessar os respectivos saldos do FGTS, detalhou o delegado, que integra a força-tarefa entre Polícia Federal e Caixa Econômica Federal.
Após as denúncias, os suspeitos ainda tentaram contato com os atletas e ofereceram devolver parte dos valores roubados, afirmou Ferreira. Algumas das vítimas representaram os prejuízos junto à PF e à Caixa, ressaltou.
Operação 'Fake Agents'
Na última terça-feira, 28, a Polícia Federal deflagrou a operação Fake Agents para apurar fraude em saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de atletas de futebol profissional.
O nome da operação foi dado em alusão à campanha internacional de conscientização de jovens sobre os riscos de agentes falsos. O movimento foi lançado pelo ex-jogador Didier Drogba, que atualmente é Embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Esporte e Saúde.
Os suspeitos responderão pelos crimes de estelionato, falsificação de documento público, uso de documento falso e associação criminosa. As penas podem chegar a 20 anos de prisão.