A recente demissão de funcionários em três unidades fabris da General Motors (GM), localizadas em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, levantou questionamentos de observadores do mercado sobre o futuro da montadora.
Embora na quarta-feira, 8, a empresa tenha reintegrado, por determinação da Justiça, os 1.244 funcionários demitidos no mês passado, muitos podem se perguntar se existe o risco da GM encerrar a produção no Brasil como ocorreu com a Ford em 2021.
Ainda que a empresa não tenha falado abertamente sobre isso em meio a recente crise, no início de 2019, a direção da GM chegou a falar na possibilidade de encerrar as operações no País por falta de lucratividade.
Na época, a empresa mudou de ideia após o anúncio de isenções de ICMS e IPTU por parte do governo de São Paulo e de um plano de reestruturação da empresa, com o anúncio de investimentos de R$ 10 bilhões.
No entanto, o que faz comparar o caso da GM com o da Ford são as semelhanças. A queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes.
Em 2021, a Ford alegou reestruturação quando anunciou a demissão de 5 mil funcionários. Na época, também como ocorreu agora com a GM, a Justiça do Trabalho suspendeu as demissões.
Outra semelhança entre as duas montadoras é que tanto os funcionários da Ford quanto da GM fizeram protesto depois do anúncio das demissões. Em 2021, os trabalhadores da Ford manifestam-se na frente das fábricas. Funcionários da GM fizeram 17 dias de greve.
O tempo mostra que o caso da Ford foi irreversível. Depois de 102 anos no Brasil, a montadora americana deixou o País. Não sabemos ainda se a GM terá o mesmo fim, mas semelhanças como estas citadas acende sinal amarelo sobre o futuro da montadora.