O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 22, que críticas feitas a ele pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem indicar uma falta de conhecimento sobre "as regras do jogo" do processo de autonomia da autarquia.
Campos Neto ressaltou que a autonomia vai exatamente no sentido contrário à personalização das decisões da autoridade monetária e dá força ao colegiado do Banco Central.
Em seminário do jornal Folha de S.Paulo, o presidente do BC disse, ainda, acreditar que o indicado pelo governo à diretoria de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, tem capacidade técnica para ocupar o cargo.
Em meio a críticas ao nome de Galípolo, braço direito do ministro Fernando Haddad na Fazenda, por suposta intervenção do governo no BC, Campos Neto disse que qualquer indicado ao Banco Central que venha de fora da instituição perceberá que há um quadro "muito técnico" na autarquia, e que desviar desse quadro exige um "processo de convencimento também muito técnico", que gerará debates cujos resultados serão avaliados pelo mercado e pela sociedade.