Flavio Pripas discutiu sobre a falta de freios para fundar uma startup e as aparências frágeis do empreendedorismo. Ele compartilhou os aprendizados obtidos com as quedas da vida, destacando que não há uma fórmula mágica para o sucesso.
Pare a leitura deste texto por um minuto e dê uma busca no Instagram ou no TikTok sobre "como abrir uma startup". Vai lá, eu te espero.
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E aí, o que você encontrou? Eu seria capaz de apostar dinheiro que entre os conteúdos que apareceram há palavras como "fácil", "rápido", "segredos", "sucesso", "x passos". Parece que o maravilhoso universo dos unicórnios foi hackeado e só não fica rico quem é mole demais - afinal, "basta querer".
"Outro dia eu vi um curso 'funde um unicórnio'. A pessoa que compra é burra e a pessoa que vende é um estelionatário. É muito difícil fazer uma startup de sucesso", falou Flavio Pripas em uma entrevista sem papas na língua ao podcast Vale do Suplício.
A falta de freio tem motivo: general partner da Staged Ventures, além de ter construído carreira corporativa, fundado startups, ajudado a desenhar o Cubo – um dos epicentros da inovação brasileira –, e líder do Experience Club Miami, ele próprio é investidor.
Pripas abordou ainda as frágeis aparências que permeiam o universo do empreendedorismo, condutas questionáveis de investidores e erros sobre tomada de decisões. Não gastamos tempo, eu te prometo, com nenhuma fórmula mágica (que por ser mágica, só pode ser irreal) para o enriquecimento e sucesso. Estes, como não poderia ser diferente, são frutos da combinação de muitos ingredientes: inteligência, técnica, humildade, ponto de partida, visão e, até mesmo, o acaso (e o que fazer com ele).
Apesar de não haver receita de bolo, no quadro (Des)Aprendendo com o Exemplo, Pripas compartilhou aquilo que nenhum curso e muito menos vídeo de 60 segundos do TikTok são capazes de ensinar: os aprendizados obtidos com os tombos da vida. E eu os resumo aqui para você:
O mito da estratégia de negócios perfeita
"Isso não existe mais. Na escola de startups, você vai desenhando conforme a conforme a Terra está girando. Como o mundo vai estar daqui a 5 anos? Então eu parto já do pressuposto que a gente só vive num mundo de ponto cego. Nada está escrito a ferro e fogo, nada que esteja escrito você não pode alterar se tiver sentido alterar."
Sexto sentido
"Eu sou uma pessoa super cética. Não acredito em sexto sentido, intuição. Mas eu acredito que toda a experiência que a gente passa na vida vai sendo acumulada em nosso cérebro - que é uma máquina maravilhosa para fazer correlações entre causa e efeito. Aquilo que a gente chama de intuição ou sexto sentido, no final das contas, é essa nossa máquina perfeita trabalhando e dando para a gente os melhores caminhos naquele momento. E ela é muito rápida. Isso não quer dizer que a gente não deva desafiar, inclusive, o caminho que essa nossa máquina está colocando na nossa frente. Então é importante aquela camada crítica para ver se a experiência do passado está valendo de novo."
Maior erro da carreira
"O maior erro da minha carreira foi eu não ter me aberto a outras experiências profissionais. Eu deveria ter experimentado novas empresas quando eu era mais jovem, antes de resolver empreender, porque teria acumulado muito mais bagagem."
Uma (humilde) dica minha
Bagagem. Lembre de checar essa referência quando escolher de quem ouvir dicas para o sucesso.
(*) Adriele Marchesini é jornalista especializada em TI, negócios e Saúde e cofundadora da agência essense, que já apoiou mais de 100 empresas na construção de conteúdo narrativo e multiplataforma para negócios. Junto de Silvia Noara Paladino, criou o podcast Vale do Suplício, que traz histórias de empreendedores que falam pouco, mas fazem muito. Ouça no Spotify.