A Cyrela não espera crescimento em sua taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que alcançou 20,9% no quarto trimestre do ano passado, afirmou o copresidente-executivo da construtora Raphael Horn nesta sexta-feira.
Segundo o executivo, o ROE da empresa foi uma surpresa. "Não achava que a gente ia dar 20% de ROE... É melhor do que a gente esperava. Acho que não dá pra ficar agora dobrando a meta, esse número está bom", afirmou. Um ano antes, o ROE foi de 13,5%.
Os comentários foram feitos em teleconferência com analistas nesta sexta-feira, após a divulgação de balanço trimestral da incorporadora, na noite da véspera.
A Cyrela apresentou lucro líquido de R$497 milhões no quarto trimestre e de R$1,65 bilhão no acumulado de 2024, dobrando seu lucro trimestral no comparativo anual e aumentando o resultado do ano em 75% ante 2023.
Analistas do Itaú BBA e do Santander definiram os resultados trimestrais como "impressionantes", embora a equipe do Itaú tenha afirmado que o desempenho era esperado.
A alavancagem da companhia medida pela relação entre dívida líquida ajustada e patrimônio líquido ajustado teve uma leve diminuição para 10,3% no trimestre encerrado em dezembro, de 10,7% no quarto trimestre de 2023.
"Não temos planos de aumentar essa alavancagem deliberadamente", acrescentou o diretor financeiro da companhia, Miguel Mickelberg, na teleconferência. "Se aumentar, é por conta do crescimento normal da operação."
Os executivos da incorporadora também disseram ver espaço para a empresa crescer no segmento de baixa renda, com a marca econômica Vivaz. Em 2024, a divisão representou apenas 3% das vendas do grupo.
"A gente já estava pouco a pouco crescendo a Vivaz, mas sem ambição de ser 'gigante' na Vivaz ou de chegar no patamar dos nossos sócios (Cury e Plano&Plano)", disse Horn.
O copresidente também sinalizou maior cautela na aquisição de terrenos. "Para terrenos, a gente não está tão animado porque o (cenário) macroeconômico exige cautela com o juros no patamar atual."
Por volta das 16h, as ações da Cyrela subiam 0,67%, a R$24,01, enquanto o Ibovespa, índice de referência da bolsa brasileira, tinha variação negativa de 0,05%.
O Itaú BBA tem preço-alvo de R$27,5 para o papel da Cyrela ao final de 2025, enquanto o Santander vê um patamar de R$36.