Alcançar o título de mestre em Diversidade e Inclusão não foi tarefa fácil para a empreendedora Ana Minuto. Mulher negra, Ana enfrentou dificuldades desde a infância, por causa de sua origem social, raça e gênero. Ela reconhece sua vida como "fácil" por ser continuidade de alguém que veio antes e já fez, mas enfrentou alguns obstáculos para chegar onde queria.
"Fiquei dois anos trabalhando com minha mãe [como costureira], depois me tornei funcionária pública - que é o que diziam que era pra negro --, mas era revolucionária, quase fui expulsa dos Correios. Fiquei desempregada um tempo, e foi quando adentrei no omundo de call center", lembra ela, em conversa com Verônica Oliveira e Luciana Pioto, apresentadoras do programa Papo Que Rende.
Foi como atendente de suporte de call center que decidiu estudar sistemas de informação. Todos os dias ela enfrentava uma jornada de 6h por dia dentro de uma condução para cumprir seus compromissos: de casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade e da faculdade para casa.
Na sala de aula, ela conta que só tinha homem -- além de mais duas mulheres. Amigos de faculdade, ela não levou nenhum. "Não conseguia fazer relação", justifica. Ser uma boa aluna? Ela não conseguia, nem era sua pretensão.
"Não tem condição de uma pessoa funcionar, entregar seu melhor, passando 6 horas na condução, às vezes não tendo dinheiro pra comer. Foi trajetória desafiadora, que não sugiro pra ninguém, mas to aqui, to viva", destaca.
Veja o papo completo a seguir:
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