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De vendedor de batata aos R$ 30 milhões de faturamento: empresário revela seu 1º salário

Jonatas Abbott, que chegou a falir, hoje lidera empresa de tecnologia com filias no Brasil e no exterior

25 mai 2023 - 05h00
(atualizado às 07h25)
Foto: Reprodução: Redes Sociais

Fugindo do senso comum de que empreendedorismo é sinônimo de ter um negócio próprio, o empresário Jonatas Abbott ressignificou o conceito de empreender, trazendo consigo um estado de espírito que o levou das madrugadas frias das serras gaúchas, onde vendia batatas de bar em bar, à liderança de uma das maiores empresas do segmento de tecnologia do país, a Dinamize, cujo faturamento em 2022 foi de R$ 30 milhões.

“O empreendedor é aquele que se engaja de tal forma num projeto, trabalho ou desafio que consegue tirar o projeto da inércia, consegue tracionar, agregar valor, criar diferenciais, destacar a organização impactando seu resultado. Por isso é tão comum conhecermos empreendedores no terceiro setor e na academia, por exemplo. Ou dentro do quadro de colaboradores da empresa”, afirma.

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Com esta filosofia e um salário inicial de 300 cruzados, Abbott iniciou sua trajetória profissional vendendo batatas pelos comércios de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A rotina era extenuante: às 5 horas da manhã ele já estava na região serrana da capital, carregando e dirigindo sozinho um caminhão com quase uma tonelada do tubérculo.

"Com os 300 cruzados que recebi do meu primeiro salário como vendedor e carregador de batatas, eu tomei cerveja e comi pizza com a minha namorada", revela ao Terra.

Primeiro revés

Apesar das adversidades inerentes à função, Abbott seguiu em frente, aproveitando principalmente as experiências profissionais relacionadas a cada momento de sua vida, o que muitas vezes não está ligado necessariamente a conquistas materiais. 

"Lembro de não ter carro nem dinheiro no banco e ser extremamente realizado no início da carreira. As pessoas correm ansiosas para chegar em algum lugar que não existe. O grande barato é o caminho, desde o início", relembrou. 

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Cada escolha uma renúncia

Durante este período, Abbott passou a viajar o Brasil vendendo os hardwares. A dedicação ao trabalho acabou afastando-o da formação acadêmica. No total, foram 4 anos de faculdade de jornalismo e mais 6 no curso de propaganda na Universidade Federal do Rio Grande do Sul . No entanto, Abbott não conseguiu terminar nenhuma das 2 graduações. 

“Fiquei dez anos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sempre fui apaixonado pelo meio acadêmico, que vivi intensamente. Esses dez anos me deram a base do que sou hoje, conhecimento e networking. Trabalho e resultado. Meu grande ressentimento na vida foi não ter me formado e não ter avançado mais no meio acadêmico. Acabei aplacando um pouco desse sentimento com aulas, palestras e cursos em universidades em todo o Brasil”, relembra. 

Guinada na carreira 

Aos 38 anos e em busca de mais desafios, Abbott decidiu que era o momento de investir na carreira como empresário. Em 2005, ao lado do sócio Allan Luz, ele adquiriu a Dinamize, uma empresa de tecnologia e especializada em software de automação de marketing.

“Sempre fui empreendedor, mas como empresário estreei na Dinamize aos 38 anos apenas. Como colaborador de organizações, minha maior dificuldade era convencer o chefe do que deveria ser feito. Essa ‘administração’ de riscos e expectativas às vezes pode ser mais desgastante que o trabalho em si", contou. 

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O começo na nova sociedade da Dinamize não foi fácil. À época a empresa de tecnologia contava com um funcionário, 23 clientes e um faturamento mensal de R$ 16 mil.

Mesmo com todos os reveses, Abbott conseguiu transformar a empresa em uma das marcas líderes no segmento, graças às experiências profissionais adquiridas ao longo de sua carreira até aquele momento. 

"Como empreendedor e empresário, a maior dificuldade certamente foi o custo alto de empresariar no Brasil. Dinheiro caro, impostos altos e poucos incentivos”, conta Abbott. 

Gradualmente, Abbott implementou os seus valores profissionais na companhia, criando por meio de uma gestão horizontal uma cultura empresarial participativa, autônoma e que fomenta o desenvolvimento dos colaboradores.

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Hoje, a Dinamize conta com mais de 150 colaboradores e atende mais de 22 mil marcas, além de estar presente com diversas filiais no Brasil e também nos Estados Unidos, Canadá e Lisboa.

Fonte: Redação Terra
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