O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 10,654 bilhões em janeiro, informou o Banco Central nesta terça-feira, num rombo influenciado por elevado déficit na balança comercial e num resultado apenas parcialmente coberto por investimentos produtivos.
No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit em conta corrente do País ficou em 4,17% do Produto Interno Bruto (PIB).
Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo da conta corrente de US$ 10,99 bilhões no mês passado, pela mediana de 19 estimativas que variaram entre déficit de US$ 9,266 bilhões e US$ 11,5 bilhões.
Em janeiro, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) ficou em US$ 3,968 bilhões, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de US$ 3,3 bilhões. Em igual mês de 2014, esse ingresso havia sido de US$ 5,115 bilhões.
O déficit nas transações correntes - que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais do Brasil com o exterior - foi impactado pelo elevado déficit de US$ 3,174 bilhões na balança comercial em janeiro..
Também pesaram os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens, que em janeiro atingiram US$ 1,652 bilhão, ante US$ 1,477 bilhão em igual mês de 2014.
No período, as remessas de lucros e dividendos somaram US$ 1,685 bilhão, frente à saída de US$ 2,499 bilhões em igual mês do ano passado.
O rombo das transações correntes de janeiro, apenas ligeiramente inferior ao saldo negativo de US$ 10,8 bilhões projetado pelo BC, é o primeiro indicador da permanência de resultados negativos elevados nas contas externas do País, num ano ainda sem sinal de melhora da balança comercial e marcado por baixa confiança dos agentes econômicos.
Para 2015, a estimativa do BC é de déficit de US$ 83,5 bilhões.