A demanda por voos domésticos diminuiu 1,38%, em janeiro último comparado a igual mês do ano passado quando havia apresentado uma redução de 4,11%. Foi a 18ª queda consecutiva , segundo o balanço divulgado hoje (21) pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Os dados indicam recuo de 2,74% na oferta do transporte aéreo e queda de 2,17% no número de viagens feitas pelas empresas Avianca, Azul, Gol, e Latam. No período foram transportados 8,6 milhões de passageiros.
Em relação ao transporte internacional de passageiros, houve crescimento de 5,40% na demanda e 1,94%, na oferta em relação a janeiro do ano passado, com alta de 2,88 pontos percentuais no aproveitamento dos voos. A taxa de ocupação atingiu 87,74% com embarque de 790 mil passageiros, quantidade que é 6,20% maior em relação a janeiro de 2016.
Na avaliação do presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz, um dos fatores que explicam este quadro mais favorável foi a questão cambial com a valorização do real em relação a igual período do ano passado. Quanto aos voos domésticos, o executivo considera que o desempenho ruim é consequência da economia em baixa.
Ele informou que ao longo de 2016, o resultado foi de desaquecimento na média do mercado internacional. Incluindo as companhias brasileiras e estrangeiras, houve redução de 3,96% na demanda, de 7,09% na oferta e 3,5% no total de passageiros, representando uma baixa de 20,8 milhões de viagens.
Diante das projeções de retomada da economia brasileira, Sanovicz acredita que o movimento pode atingir a estabilização no final deste semestre e começar a ganhar novo impulso em meados de dezembro. "A tendência de pouso suave tangenciando a zero no meio do ano e de subir um pouquinho no final do ano."
Novas regras
Para o presidente da Abear, o consumidor ganhará mais com a implantação das novas regras da aviação brasileira que entram em vigor a partir do próximo dia 14 de março. A resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com 45 artigos trata dos direitos e deveres dos clientes. Uma das mudanças se refere à autorização para as empresas determinarem tarifas diferenciadas para o transporte de bagagens. A medida foi vetada pelo Senado e segue em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo a Anac, mesmo sem a conclusão dos parlamentares, a medida passará a valer a partir de 14 de março.
Em voos domésticos, atualmente, o passageiro tem uma franquia para o transporte de bagagens com volume até 23 quilos e, nos voos internacionais, de no máximo 32 quilos. Pelas novas regras, as empresas poderão estabelecer tarifas de acordo com o volume a ser transportado. Segundo observou o presidente da Abear, isso vai corrigir "uma injustiça" porque o valor da franquia, hoje é diluído no preço da passagem, prejudicando a metade da clientela (40%) que viaja sem bagagem.