Nas últimas semanas, os termos “quiet quitting” e “FatFire” ganharam espaço no mundo corporativo aumentando o debate público nas principais conversas entre gestores.
O “quiet quitting” se resume ao desalinhamento de valores, onde há uma priorização por qualidade de vida pelos funcionários, que consideram, em muitos casos, que a empresa não se importa com o seu bem-estar. Traduzido para “demissão silenciosa”, o movimento nada mais é do que um colaborador fazer apenas aquilo que está no contrato.
Em contrapartida a esse fenômeno, o “FatFire” é um movimento onde as pessoas estão dispostas a dedicarem mais tempo e esforço para ganhar o máximo de dinheiro possível para se aposentarem enquanto ainda são jovens.
“São duas tendências opostas, mas que, em proporções diferentes, compartilham alguns sentimentos parecidos. Os adeptos do FatFire não necessariamente amam seus empregos, carreiras ou lideranças, eles só querem sair desse emprego o mais rápido possível. No entanto, cultivam a mentalidade de que é preciso focar bastante no seu retorno financeiro para que possam se aposentar mais cedo e ter qualidade de vida”, explica Carine Roos, CEO e fundadora da Newa, empresa de consultoria em diversidade, inclusão e saúde emocional para as organizações.
A hora de fazer o pé-de-meia
Para a executiva, ainda que este movimento defenda o trabalho e a produtividade visando um pé-de-meia gordo o suficiente para que as pessoas conquistem independência financeira e aposentadoria antecipada, a sobrecarga de trabalho e a exaustão profissional não são atitudes que devem ser aplaudidas. Afinal, é preciso considerar a saúde emocional dos colaboradores e o ambiente no qual eles estão inseridos.
“As pessoas que aderem a esses movimentos geralmente fazem uma priorização daquilo que esperam para as suas vidas. É importante considerar os fatores ligados à saúde mental, pois de nada adianta conquistar aquilo que sempre sonhou e não ter saúde para poder usufruir desses ganhos que exigiram anos de trabalho árduo”, afirma a CEO.
Já em relação ao quiet quitting, a especialista argumenta que também há uma reflexão de priorização e de equilíbrio, pois os colaboradores adeptos à essa tendência entendem que o trabalho é um meio para gerar felicidade, mas que não é o único.
“Geralmente, as pessoas que aderem a esse movimento estão em busca de mais qualidade de vida, de um trabalho que tenha significado, impacto e propósito. É uma mudança que entendo até como comportamental, de uma nova geração que tem valores diferentes das outras”, argumenta.
Equilíbrio acima de tudo
Para a executiva, ambas as ações precisam ser observadas com atenção, afinal, é fundamental que os profissionais que aderem a esses movimentos consigam manter um equilíbrio entre as atividades de trabalho e do dia a dia.
Segundo Carine, também cabe às organizações o olhar atento para os seus colaboradores, a fim de garantir que, independente de suas prioridades, eles consigam ter um ambiente de trabalho saudável e seguro.
(*) HOMEWORK inspira transformação, com inteligência digital e capricho artesanal. Nosso jornalismo impacta milhares de leitores todos os dias. E nossas soluções de conteúdo sob medida atendem grandes empresas de todos os tamanhos. Saiba mais sobre nossos projetos e entre em contato.