A Petrobras informou hoje que 8.298 empregados aderiram ao plano de desligamento voluntário. O total de empregados inscritos representa 12,4% do efetivo da companhia, e mais da metade irá se desligar da empresa neste ano.
A estatal espera reduzir os custos com pessoal em R$ 13 bilhões até 2018. As despezas com as demissões devem chegar a R$ 2,4 bilhões, mas a empresa espera compensar o gasto em nove meses após a saída dos funcionários.
A Petrobras estimou uma provisão de R$ 2,4 bilhões no demonstrativo contábil do primeiro trimestre referente os valores pagos aos empregados que aderiram ao programa.
Aprovado pela Diretoria Executiva da Petrobras, o programa de demissões buscou os empregados aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social que continuam trabalhando e os que têm tempo e idade para se aposentar, mas ainda não deram entrada no processo de aposentadoria. Buscou também os que podem se desligar da companhia a qualquer momento, por terem idade igual ou superior a 55 anos até o dia 31 de março, quando terminou o prazo de adesão.
Os desligamentos ocorrem em no máximo 36 meses após o término das inscrições e, neste período, deverá ser garantida a passagem do conhecimento e a continuidade operacional da companhia.
O programa prevê o pagamento de indenizações atreladas ao cumprimento dos planos de passagem de conhecimento. A Petrobras afirmou também que dará continuidade à realização de processos seletivos públicos, ainda sem previsão de data, para atender suas necessidades de pessoal vinculadas ao plano de negócios.
Demissões voluntárias
A estatal anunciou em janeiro deste ano o programa de demissões voluntárias que poderia envolver cerca de 8 mil petroleiros, dos quais 6.879 aposentados que continuam trabalhando para a empresa, segundo o sindicado dos trabalhadores. Na época, a estatal contava com cerca de 85 mil empregados, o que indica que o programa poderia representar aproximadamente 10% dos trabalhadores da companhia.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que o incentivo para a adesão ao plano foi de 10 remunerações, acrescido de 40% do FGTS, com piso e teto estabelecidos pela empresa. A Petrobras informou que o plano é fruto da implantação do Programa de Otimização de Produtividade (POP), "que tem por objetivo influenciar positivamente na produtividade da Petrobras visando contribuir para o alcance das metas de desempenho do Plano de Negócios e Gestão", o maior plano corporativo do mundo, de US$ 237 bilhões em investimentos em cinco anos.
A assessoria de imprensa afirmou ainda em nota separada que o programa aprovado pela Diretoria Executiva da Petrobras tem por objetivo "atender às expectativas dos empregados interessados em se desligar da empresa e preservar o conhecimento técnico existente na companhia".