A taxa de desemprego no Brasil subiu a 6,8% no trimestre encerrado em janeiro diante do aumento da procura por trabalho, porém com alta no rendimento real, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
O resultado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou 0,3 ponto percentual acima da taxa vista nos três meses encerrados em dezembro e também foi maior do que os 6,4% no mesmo período de 2014.
Também foi pior do que a leitura de 5,3% em janeiro da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que leva em consideração dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do País. Com abrangência nacional, a previsão é de que a Pnad Contínua substitua a PME.
No quarto trimestre de 2014, a taxa de desemprego do país havia alcançado 6,5%, encerrando o ano passado com taxa média de 6,8% segundo os números da Pnad Contínua Trimestral.
"A gente passa a conviver com três pesquisas de emprego, mas o sinal apresentado pelo mercado é o mesmo na Pnad e na PME . Mais gente procurando emprego no começo do ano e um mercado que não absorve todo mundo", destacou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.
No trimestre até janeiro, segundo a Pnad Contínua Mensal, o número de desocupados, que inclui aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho, atingiu 6,8 milhões de pessoas, contra 6,6 milhões no trimestre encerrado em outubro.
Já população ocupada ficou praticamente estável, em 92,7 milhões, contra 92,6 milhões nos três meses até outubro, de acordo com o IBGE.
Por sua vez, o nível de ocupação, que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar, caiu a 56,7% nos três meses até janeiro, ante 56,9% no trimestre até outubro.
No lado positivo, o rendimento real dos trabalhadores subiu 1,0% na comparação entre os dois períodos, para R$ 1.795,53.
Com perspectiva de contração econômica, inflação cada vez mais elevada e juros em alta, o mercado de trabalho no Brasil vem desde o ano passado mostrando esgotamento, com menor criação de vagas.
Em janeiro, o Brasil fechou mais de 80 mil vagas formais de trabalho, no pior resultado para o mês desde 2009, segundo dados do Ministério do Trabalho.