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Desemprego bate recorde de 14,6% e atinge 14,1 milhões

Segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, com flexibilização das medidas de isolamento, mais pessoas saíram em busca de emprego

27 nov 2020 - 09h41
(atualizado às 09h46)

A taxa de desemprego atingiu 14,6% no terceiro trimestre do ano ante 13,3% no segundo trimestre, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 27. Essa é a maior taxa registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, e indica que o País tem 14,1 milhões de pessoas sem trabalho - de um trimestre para o outro mais 1,3 milhão de brasileiros ficaram desempregados.

Homem mostra carteira de trabalho em fila para procurar emprego no centro de São Paulo
29/03/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Homem mostra carteira de trabalho em fila para procurar emprego no centro de São Paulo 29/03/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

O desemprego subiu em dez estados e ficou estável nos demais. As maiores taxas foram registradas na Bahia (20,7%), em Sergipe (20,3%) e em Alagoas (20,0%). A menor foi registrada em Santa Catarina (6,6%). O desemprego atingiu o recorde de 17,9% no Nordeste, a maior taxa entre as regiões. O Sul teve a menor: 9,4%.

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Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de covid-19. "Houve maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação", explica.

O contingente de ocupados caiu 1,1% na comparação com o segundo trimestre, totalizando 82,5 milhões de pessoas, o menor patamar da série. Com isso, o nível de ocupação foi de 47,1%, também o menor da série. Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no País.

Segundo a analista todas as categorias tiveram perda no total de ocupação, sendo que o número de pessoas com carteira assinada caiu 2,6% no terceiro trimestre frente ao anterior, com perda de 788 mil postos e totalizando 29,4 milhões de empregados com carteira assinada no País.

A taxa de informalidade foi de 38,4% no trimestre encerrado em setembro, o que equivale a 31,6 milhões de pessoas sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração. No trimestre anterior, esse porcentual foi 36,9%.

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Resultado positivo só na construção e na agricultura

Apenas as atividades de construção e agricultura tiveram crescimento da população ocupada no terceiro trimestre. Na construção o aumento foi de 7,5%, o que representa 399 mil pessoas a mais trabalhando no setor. Na agricultura a alta foi de 3,8%, com mais 304 mil trabalhadores.

"A atividade da construção foi a que mais aumentou no período. Isso porque pedreiros ou outros trabalhadores conta própria, que tinham se afastado do mercado em função do distanciamento social, retornaram no terceiro trimestre com a reabertura das atividades e a demanda por pequenas obras, como reformas de imóveis", explica Adriana Beringuy.

A analista da pesquisa acrescenta que na agricultura, a alta na ocupação pode estar relacionada à sazonalidade do cultivo. "A agricultura, de modo geral, tem ritmo diferente das demais atividades. Além disso, o setor sofreu menos os efeitos da pandemia, pois é uma atividade que se situa no campo, onde o impacto do distanciamento social foi menor do que na cidade."

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