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Desemprego sobe a 6,7% em maio, maior nível em quase 5 anos

Taxa piorou pelo quinto mês seguido

25 jun 2015 - 09h40
(atualizado às 11h25)
Desempregados preenchem fichas de inscrição em busca de emprego em São Paulo
Desempregados preenchem fichas de inscrição em busca de emprego em São Paulo
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A taxa de desemprego no Brasil subiu a 6,7% em maio e atingiu o nível mais alto em quase cinco anos com o maior aumento anual no número de pessoas desocupadas na série histórica, em mais um sinal dos efeitos da fragilidade econômica e da inflação alta.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a leitura da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta quinta-feira é a mais alta desde agosto de 2010, quando também atingiu 6,7%, mostrando deterioração do mercado de trabalho pelo quinto mês seguido, além de queda na renda.

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Também é o maior resultado para um mês de maio desde 2010, quando a taxa chegou a 7,5%. Em maio de 2014 a leitura foi de 4,9%.

O resultado ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters, cuja mediana apontava taxa de 6,6% após 6,4% em abril.

"Houve dispensa de pessoas que antes estavam ocupadas (em relação ao ano passado), e há mais gente procurando trabalho", resumiu a coordenadora da pesquisa no IBGE, Adriana Berenguy.

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De acordo com os números da PME, em maio a população desocupada, que inclui pessoas sem trabalhar mas à procura de uma oportunidade, subiu 4,8% sobre o mês anterior, para 1,633 milhão de pessoas.

Na comparação com maio de 2014, o aumento foi de 38,5%, o que representa 454 mil pessoas a mais procurando emprego do que no mesmo período do ano passado e, segundo o IBGE, é o maior crescimento na série histórica da pesquisa.

O mercado de trabalho brasileiro vem desde o início do ano mostrando deterioração de forma concomitante com a economia, marcado pelo aumento da procura por vagas e fechamento de postos de trabalho enquanto o país enfrenta ajuste fiscal, aperto monetário e inflação alta.

A população ocupada, por sua vez, avançou 0,1% sobre abril, atingindo 22,788 milhões de pessoas, mas recuou 0,7% ante o mesmo período do ano anterior, o que representa um saldo de 155 mil dispensas.

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"A geração de ocupação não está suficientemente grande para absorver a população ativa", acrescentou Adriana, do IBGE.

A renda média real em maio caiu 1,9% sobre abril e 5,0% na comparação com um ano antes, a R$ 2.117,10.

"Embora a alta na inflação possa estar por trás disso, os dados mostram que os salários nominais também estão desacelerando, aumentando 3,5% na comparação anual em maio ante 9% em média no ano passado", escreveu em nota o estrategista para América Latina do Barclays, Bruno Rovai.

No setor privado, o emprego com carteira assinada registrou ganhos de 0,2% na comparação com o mês anterior, ou 28 mil vagas a mais. Porém em relação a maio de 2014 houve queda de 1,8%, ou 213 mil postos de trabalho a menos.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 115.599 vagas formais de trabalho em maio, no pior resultado para o mês na série histórica iniciada em 1992.

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No trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego chegou a 8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.

O mercado de trabalho tem sido um reflexo da situação econômica brasileira, cuja expectativa é de que registre este ano contração da atividade e inflação em torno de 9%. O Banco Central projetou na quarta-feira o IPCA este ano exatamente em 9% e contração econômica de 1,1%.

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