O biscoito Globo está no centro de uma disputa judicial entre os sócios e herdeiros da panificadora Mandarino, que produz os polvilhos desde a década de 1950, e a família de um dos fundadores da marca, João Ponce, falecido em 2015.
A disputa judicial começou em 2017, quando a viúva de João Poce, Roberta, solicitou à Justiça a apuração do valor de mercado da fábrica, da marca e de seus ativos em meio ao inventário do marido. As informações foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo.
Para as herdeiras de João, os sócios remanescentes apresentaram um "balanço irreal" na atribuição de cotas a que cada um teria direito naquela época. Quando o processo foi iniciado, os 25% da empresa que pertenceriam a elas foi calculado em R$ 90 mil.
A panificadora Mandarino disse à reportagem que não comenta processos em andamento. O advogado João Borsoi Neto, que representa a companhia, diz que os sócios aguardam e respeitarão o que for decidido pela Justiça.
Perícia apura valor da marca
Agora, a viúva e a filha de João Ponce esperam uma nova perícia para que o processo ande mais rapidamente. A expectativa é que a perícia descubra o quanto a fábrica tem de lucro mensalmente, o quanto a marca vale no mercado e qual o seu patrimônio.
Desde o início do processo, a companhia tem sido obrigada a depositar, em juízo, o valor equivalente a 25% dos lucros mensais à viúva de João Ponce. Essa cota tem sido de R$ 3 mil mensais, valor que as herdeiras também consideram muito baixo.
Em 2020, durante a pandemia, a fábrica do Globo fechou as portas pela primeira vez desde a fundação. À época, a empresa informou que além das praias, fornecia biscoitos também para 200 lojas e 300 cantinas de escolas. O volume diário de produção ficava entre 5 mil e 7 mil saquinhos de biscoito, nas versões doce e salgada.