O governo federal gastou R$ 16,1 bilhões em 2018 para manter o funcionamento de 18 empresas estatais dependentes do Tesouro Nacional, mostra relatório divulgado ontem pelo órgão. O dinheiro não vai para investimentos, mas para custeio (gastos com aluguel, por exemplo) e pagamento de pessoal.
Uma empresa é dependente quando ela não gera receitas suficientes para bancar suas despesas correntes. Quatro das 18 estatais são 100% dependentes, ou seja, a União é responsável por todos os seus gastos, sem nenhum retorno financeiro.
O gasto com essas empresas tem crescido ano a ano. Em 2014, era de R$ 9,8 bilhões. No ano passado, o valor ficou 9% acima de 2017 e 64% maior que o verificado em 2014. Os dados são do Boletim de Participações Societárias da União.
A equipe econômica tem planos para vender ou extinguir algumas dessas empresas, mas enfrenta resistência nos ministérios a que essas estatais são ligadas. Sem grandes avanços, neste ano o custo dessas empresas pode chegar próximo a R$ 20 bilhões, drenando todas as receitas com dividendos recebidas das empresas em 2019. A estimativa do Tesouro é que a arrecadação com dividendos termine este ano em R$ 20,8 bilhões.
Em 2018, o maior gasto foi com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, vinculada ao Ministério da Educação e que é responsável pelos hospitais universitários. O Tesouro desembolsou R$ 4,5 bilhões, um aumento de 25% ante o ano anterior. A empresa tem 90% de suas receitas vindas do Orçamento da União. Em seguida vem a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada à Agricultura, com subvenção de R$ 3,454 bilhões.
Mesmo com as subvenções, o Tesouro destacou que essas empresas têm registrado prejuízos recorrentes. Descontando as receitas vindas da União, as estatais tiveram prejuízo líquido de R$ 14,9 bilhões em 2018.