Sam Bankman-Fried, ex-bilionário e CEO fundador da FTX – até recentemente a segunda maior exchange de criptomoedas do mundo –, protestou contra suas condições na prisão enquanto aguarda julgamento por acusações de fraude no próximo mês devido ao colapso da empresa.
O ex-magnata, 31 anos, está preso no Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn, Nova York (EUA), desde que um juiz federal revogou sua fiança em agosto. Desde então, sua defesa busca melhores condições para o executivo. As reclamações vão desde falta de acesso à internet até questões alimentares e de saúde.
Segundo o jornal The New York Times, os advogados de Bankman-Fried levantaram questões como a interrupção de sua dieta vegana na prisão, bem como seus suprimentos cada vez menores de medicamentos prescritos como Adderall, que trata o TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade).
Mark Cohen, um dos advogados de Sam Bankman-Fried, disse em uma audiência no mês passado que a prisão não estava oferecendo a dieta vegana com que o executivo se alimenta, forçando-o a se sustentar com pão, água e manteiga de amendoim.
Ao New York Times, um porta-voz de uma agência que supervisiona as instalações prisionais disse que o centro de detenção oferecia "acesso a cuidados de saúde, telefones, uma biblioteca jurídica para pesquisas jurídicas, refeições quentes" e que as pessoas ali detidas viviam em “condições ambientais certificadas”.
A FTX entrou em colapso em novembro do ano passado. Desde então, Sam Bankman-Fried passou meses em relativo conforto. Após a sua prisão em dezembro sob acusações de fraude, ele se declarou inocente e foi liberado sob fiança, o que o permitiu morar na casa de seus pais em Palo Alto, Califórnia (EUA).
No mês passado, no entanto, o juiz que supervisionou o caso, Lewis A. Kaplan, revogou a fiança de Bankman-Fried depois de decidir que o fundador da FTX havia tentado, por duas vezes, interferir com as testemunhas do caso.
A crise da FTX e a prisão do magnata
O governo dos Estados Unidos acusou Samuel Bankman-Fried de uma série de crimes financeiros, alegando que ele enganou intencionalmente clientes e investidores para enriquecer a si mesmo e a outros, enquanto desempenhava um papel central nos bilhões de dólares do colapso da empresa.
Os promotores federais disseram que Bankman-Fried planejou "um esquema e artifício para fraudar" os clientes e investidores da FTX a partir de 2019, ano em que foi fundada.
O magnata teria desviado ilegalmente o dinheiro dos clientes para cobrir despesas, dívidas e negociações arriscadas no fundo de hedge cripto que iniciou em 2017 e para fazer luxuosas compras de imóveis e grandes doações políticas.