Ao inaugurar o píer sul do aeroporto de Brasília, sob concessão da iniciativa privada, a presidente Dilma Rousseff defendeu a parceria do governo com empresas nas obras de infraestrutura. Cinco aeroportos estratégicos para o País foram privatizados em 2012 a fim de dar conta da crescente demanda de passageiros.
“A rapidez e a qualidade obtidas na realização desses investimentos, que era um dos motivos para que compartilhássemos a gestão dos aeroportos com a iniciativa privada se mostrou muito bem escolhida”, afirmou a presidente, referindo-se a entrega da obra do aeroporto de Brasília, que ficou pronta em 16 meses.
“Essa parceria que estabelecemos aqui em Brasília, em Cumbica (Guarulhos, SP), em Viracopos (Campinas, SP), além do Galeão (Rio de Janeiro) e Confins (Belo Horizonte) vão permitir que a Infraero conviva com uma gestão de parceria”, disse a presidente.
Apesar de valorizar a gestão privada nas obras, a presidente fez um afago à estatal Infraero, que continua operando os demais aeroportos brasileiros e que também terá a missão de ampliar ou reformar 270 aeroportos para aviação regional.
O aeroporto de Brasília foi concedido à iniciativa privada no mesmo leilão que privatizou os aeroportos de Cumbica (Guarulhos, SP) e Viracopos (Campinas, SP). O consórcio responsável pela concessão é o Inframérica, composto pela empreiteira brasileira Engevix e a operadora aeroportuária Corporación América.
A entrega do píer norte do aeroporto está prevista para o mês que vem, cumprindo-se o prazo estabelecido pelo governo em edital. Apesar de a presidente Dilma Rousseff assegurar que as obras de aeroporto são motivadas pelo aumento da demanda de passageiros brasileiros, o cronograma dos primeiros aeroportos concedidos à iniciativa privada deveria atender a Copa do Mundo.
O investimento total previsto para o Aeroporto de Brasília é de R$ 1,2 bilhão, que deverá aumentar a capacidade do espaço de 16 milhões para 21 milhões de passageiros por ano. Quando finalizada a obra, o terminal contará com 29 pontes de embarque (16 a mais do que antes da reforma). As obras habilitam o aeroporto a operar com aeronaves tipo Boeing 777-200 e também permitirá a operação simultânea de três aeronaves modelo 747-400, também da Boeing.
Dilma cobrou ainda que a concessionária mantenha a expansão à medida em que aumente a demanda de passageiros – cláusula que já está em contrato. A concessão do aeroporto de Brasília é de 25 anos. A Inframérica informa que já projeta ampliação ou construção de novos terminais seguindo o aumento da demanda.
“Nem parece o Brasil”
Durante o discurso na solenidade de inauguração, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, contou a história do primeiro que desembarcou na nova área do aeroporto da capital, então em fase de testes. Segundo o relato do ministro, o passageiro ficou surpreso com as instalações e afirmou que o aeroporto “nem parece o Brasil”.
Mais tarde, a presidente Dilma Rousseff rebateu o passageiro: “Parece, sim, que aqui é o Brasil”. “Quando a gente começa um caminho, como esses 42 mi de brasileiros elevados a classe média, a gente tem uma responsabilidade e um compromisso com eles”, afirmou.