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Dinheiro compra felicidade? Nobel de economia diz que sim

20 out 2015 - 09h27
(atualizado às 11h35)
Conclusões de Angus Deaton podem ser surpreendentes para quem pensa que felicidade não se compra
Conclusões de Angus Deaton podem ser surpreendentes para quem pensa que felicidade não se compra
Foto: Thinkstock

Poucos temas são tão universais como "dinheiro" e "felicidade".

O britânico Angus Deaton ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2015 por sua pesquisa sobre consumo, pobreza e bem-estar, mas diz que seu trabalho só mexeu com a imaginação do público quando ele escreveu sobre felicidade.

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"É o único artigo que escrevi sobre o qual você ouve pessoas conversando em supermercados", disse Deaton à BBC.

As conclusões de Deaton podem ser surpreendentes para quem pensa que felicidade não se compra.

Como você quantifica a felicidade?
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O que é felicidade?

Filósofos discordam há milhares de anos sobre o significado de felicidade, o que torna o conceito difícil de medir.

E para quantificar a felicidade, Deaton diz ter se focado em duas perguntas.

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Uma é a questão de curto prazo sobre felicidade cotidiana, e outra é a indagação mais ampla sobre o rumo geral da vida.

Ele poderia perguntar, por exemplo: "Aqui temos uma escada com o degrau zero sendo a pior vida possível que possa imaginar, e o degrau dez, a melhor. Onde você se colocaria?"

Os estudos de Angus Deaton identificaram uma forte relação entre renda e satisfação com a vida
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Dinheiro pode comprar felicidade

O professor Deaton diz que se você perguntar a alguém sobre o grau de satisfação dela, a resposta terá relação direta com a renda da pessoa.

Deste modo, ele diz, um bilionário como Bill Gates, da Microsoft, irá declarar maior satisfação com a vida do que alguém menos rico.

"É uma escala logarítmica, então você precisa de cada vez mais dinheiro para subir outro degrau, mas a escada nunca para de subir", diz Deaton. "E isso é verdade não só para indivíduos, mas entre países."

Então dinheiro pode comprar felicidade, ao menos no sentido de satisfação na vida.

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O economista britânico diz que a felicidade cotidiana depende menos da renda
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Alegria cotidiana

Mas e a alegria do dia a dia? O que ocorre se você perguntar às pessoas: "Você teve um bom dia? Foi um dia estressante?"

O professor diz acreditar que o dinheiro também afete a felicidade nesse quesito, mas apenas para quem tenha renda anual superior a R$ 290 mil.

Ganhar menos do que US$ 75 mil nos EUA (ou R$ 290 mil no Brasil) pode afetar seu nível de felicidade
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Ele afirma que quem ganha menos do que isso tende a se preocupar muito com dinheiro, e isso tornaria essas pessoas menos felizes.

"Quando aquele medo permanente vai embora, isso faz uma enorme diferença na vida das pessoas, e a falta de dinheiro pode te deixar bem para baixo no dia a dia", diz Deaton, ressaltando que ganhos adicionais após esse "limite da felicidade" não fazem tanta diferença.

Em resumo, a resposta à pergunta "O dinheiro compra felicidade?" depende de quanto dinheiro está em jogo e da definição de felicidade de cada um.

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