A economia circular é um dos temas mais comentados dentre as preocupações ambientais que tomaram conta de empresas e consumidores nos últimos anos. De forma simples, o conceito preconiza que os produtos devem ser pensados para que a maior parte dos materiais contidos neles possam ser reutilizados e não descartados na natureza. Mas a ideia deve ser estendida para todas as fases da produção.
Antes mesmo de uma unidade existir, é necessário, por exemplo, pensar o produto para que ele seja mais durável e possa conter materiais recicláveis ou reciclados. Além disso, é preciso pensar em embalagens, no transporte e em todas as etapas do processo. Por isso, a inovação tecnológica é considerada como fundamental para avançar no tema, trazendo melhores materiais e processos de produção.
"Tentamos sempre soluções para mitigar o impacto ambiental que também o consumidor gera ao utilizar essas peças", cita Sonah Lee, líder de Marketing Corporativo e ESG da LG Brasil.
Outro ponto são as embalagens dos produtos, com a substituição do isopor, material que pode demorar séculos para se decompor na natureza, por papelão biodegradável, que demora muito menos tempo e não polui. Para os próprios aparelhos, estender a vida útil também é necessário.
Em produtos que trabalham com motores para manutenção de uma temperatura, como ar condicionado e geladeira, novamente o design pode fazer a diferença antes sequer da produção começar. No caso do ar condicionado, com o motor do tipo inverter, que permanece ligado de forma constante, embora "em espera", o que evita os picos de gasto de energia ao religar o aparelho e ajuda a estender a vida útil.
Para as geladeiras, além do motor, outra alteração perceptível é tornar parte da porta transparente, o que faz com que não seja necessário abri-la para ver o que tem dentro e, assim, exigir menos refrigeração de quando a porta fica aberta.
"A economia circular é fundamental na hora de construir um produto, de pensar o design do produto, em como ele é feito e chega até a destinação final, porque ela vai acontecer em algum momento, ainda que seja em dez ou vinte anos", afirma Lee.
Destinação
O trabalho de dar a destinação correta para os produtos quando passam a não ter mais conserto também é necessário. No Brasil, a política nacional de resíduos sólidos exige que as empresas se responsabilizem pela logística reversa dos produtos que colocaram no mercado, o que normalmente é feito através de parcerias — para tal, com associações sem fins lucrativos, permitidas por lei.
No caso da LG, a parceria é com a Abree (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos). A entidade possui mais de quatro mil pontos de coleta espalhados por todos os Estados brasileiros e realiza ações pontuais, como mutirões, em parceria com prefeituras para recolher itens em locais onde não é fácil coletar. A LG também indica para os consumidores no site onde eles podem descartar os itens no local mais próximo de suas residências.
"Como é que eu estou fazendo isso na hora de pensar em qual matéria-prima que eu vou utilizar? É preciso levar em conta todo o ciclo de vida do meu produto no design do meu produto", avalia Lee. "Estamos cada vez mais a gente investindo, cada vez mais lançando, cada vez mais aumentando o nosso portfólio, e a gente acredita que são bons e acessíveis dentro do mercado brasileiro", projeta a executiva.
Metas
Dentro do programa de ESG (metas ambientais, sociais e de governança) da LG, a empresa tem a meta global de diminuir as emissões globais em 40%, em relação a 2017. Também projeta coletar oito milhões de toneladas de eletrodomésticos descartadas para reciclagem e um aumento de 32% no uso de plástico reciclável comparado a 2020.
Dentro disso, a empresa afirma em 11 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, publicados pela ONU em 2015, e conta com programas como o Life's Good Awards, para premiar iniciativas ambientais inovadoras, e a expertise de executivos dos mercados em que atua, com troca constante de informações. "Temos trocado muitos assuntos, seja na Índia, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil", diz Lee. "A LG tem um poder de levar essa mensagem para muito mais pessoas", conclui.